Qual é o maior poeta do Brasil? É difícil escolher.
Aliás, para que serve mesmo a poesia?
Para o humanista, com grande sensibilidade, ela vale muito.
É o alimento do espírito e serve para uma profunda reflexão sobre a vida.
Aliás, para que serve mesmo a poesia?
Para o humanista, com grande sensibilidade, ela vale muito.
É o alimento do espírito e serve para uma profunda reflexão sobre a vida.
Para o homem tecnológico e individualista,
que só pensa nos bens materiais, não vale nada.
Quando o poeta Carlos Drummond de Andrade diz:
No meio do caminho tinha uma pedra,
Tinha uma pedra no meio do caminho...
Tinha uma pedra no meio do caminho...
Ou quando Paulo Mendes Campos, seu conterrâneo,
fala em “Vibrações de tempo”:
A gaivota determinada
mergulha na água verde.
Há um tempo para o peixe
E um tempo para o pássaro
E dentro e fora do homem
Um tempo eterno de solidão.
Há um tempo para o peixe
E um tempo para o pássaro
E dentro e fora do homem
Um tempo eterno de solidão.
Os poetas falam de suas perplexidades e angústias,
que não são só suas e sim, de todo o ser humano,
que não sabe de onde veio e não sabe para onde vai.
Quando o jovem poeta Vinícius de Morais, no exílio, lembrou o seu país, ele faz uma das mais bonitas poesias da língua portuguesa
“Pátria Minha” e a saudade foi tanta que,
em poucas palavras, disse tudo sobre o Brasil:
A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar, uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.
Doçura e vontade de chorar, uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.
Quando o pernambucano Manoel Bandeira criou sua Pasárgada,
“filial do céu”, realizou o sonho de todos os homens da terra:
Vou-me embora para Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei.
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei.
A poesia é eterna, vem dos primórdios da humanidade,
pois só através da cultura e da educação
o ser humano pode civilizar-se e vencer a barbárie.
A poesia pode aflorar no homem de grande erudição e sabedoria.
Mas pode também se manifestar no homem do povo.
Vejam estes dois exemplos:
Essa palavra saudade
(Pinto do Monteiro):
Essa palavra saudade
Conheço desde criança,
Saudade de amor ausente
Não é saudade é lembrança,
Saudade só é saudade
Quando morre a esperança.
Conheço desde criança,
Saudade de amor ausente
Não é saudade é lembrança,
Saudade só é saudade
Quando morre a esperança.
E Patativa do Assaré:
De noite tu vives na tua palhoça,
De dia na roça de enxada na mão.
Julgando que Deus é um pai vingativo,
Não vês o motivo da tua pressão.
Tu és nesta vida um fiel penitente
Um pobre inocente no banco do réu
Caboclo não guarde contigo essa crença
A tua sentença não parte do céu.
Givaldo Soares
Cidadão Brasileiro e Cirurgião Dentista
De dia na roça de enxada na mão.
Julgando que Deus é um pai vingativo,
Não vês o motivo da tua pressão.
Tu és nesta vida um fiel penitente
Um pobre inocente no banco do réu
Caboclo não guarde contigo essa crença
A tua sentença não parte do céu.
Givaldo Soares
Cidadão Brasileiro e Cirurgião Dentista