quinta-feira, 15 de agosto de 2013

DIREITA E ESQUERDA: AINDA TEM SENTIDO?



A globalização, com seus erros e acertos, veio para ficar. Ela agrada à direita dos neoliberais do Deus-Mercado e desagrada à esquerda dogmática do Deus-Estado.

O fenômeno vem de longe, e não é de direita nem de esquerda. Muito pelo contrário. Todos os emergentes experimentaram melhoras, consolidando-se uma classe média no Brasil, na Índia, na China, na África do Sul, no México e na Coreia do Sul. Entraram em crise os ricos Estados Unidos, a Europa e o Japão. A multinacionalização ajudou na formação do G20, quebrando a hegemonia do G08.

A globalização histórica perde-se na poeira do tempo, e vem do início da era cristã, quando Jesus disse aos seus apóstolos: “Ide e pregai o Evangelho a todos os homens de boa vontade”.
A Igreja Católica entendeu o recado e hoje é a maior estrutura global do mundo. Esta solicitação de Jesus talvez  tenha sido o primeiro grito global.

No século XII, o aventureiro e negociante Marco Polo chegou à China para comprar e vender especiarias e de lá trouxe  o macarrão; com ele nunca mais o Ocidente foi o mesmo, seja porque ele mata a fome, seja porque contribui para a obesidade.

No século XVI, os portugueses, com sua “Escola de Sagres” e com o apoio de outros povos europeus, anunciaram a descoberta da América e o começo de um novo mundo.

Em 1848, o Alemão Karl Marx lança o manifesto comunista, com o famoso grito que ecoou em todo o universo: “Atenção, operários de todo o mundo, uni-vos”. Marx não conseguiu seu intento, mas o mundo politicamente nunca mais seria o mesmo.

Apesar de ser histórica e antiga, a globalização sofreu um grande avanço no final do século XIX e se consolidou com o início dos meios de comunicação: O jornal, o rádio, o telex, a televisão, o telefone, o computador e, finalmente, o celular e a internet com suas redes sociais.

Tudo conspira em favor da globalização, inclusive o capital que não tem pátria e pode ser aplicado da sua casa em qualquer bolsa de valores do mundo. As novas  tecnologias e o consumismo deram o empurrão final.

Dentro dessa nova visão, os termos direita e esquerda, que surgiram na Revolução Francesa em 1789, estão superados.

Naquela época, os membros do “Terceiro Estado” que queriam mudanças na forma de governo, sentavam à esquerda, e o clero e a nobreza, que não queriam mudanças na forma de governo e defendiam o “status quo”, sentavam à direita. Daí surgiram as denominações.

Quem parece que melhor entendeu a globalização foi um gênio do século passado chamado Deng Xiaoping, com sua genial frase: ”Não importa a cor do gato, o que importa é que ele coma o rato”.

Deng criou dois sistemas: Um primeiro, em que reconhece a força e a importância do Estado na proteção dos mais pobres, e um outro, em que fez do mercado um criador de riquezas e convocou o capital internacional para fazer a mais fantástica revolução do século XX, que, em 60 anos, retirou a China da miséria e a alçou à segunda maior potência do mundo.

Cabe uma pergunta: O Brasil precisa de reformas estruturais profundas. Quem será o nosso Deng Xiaoping, que colocou a China no topo do mundo? Quem será o nosso pequeno gigante que fará o mesmo com o Brasil?

Givaldo Soares

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