A derrota do Brasil foi uma
tragédia anunciada, mas de difícil percepção.
Os primeiros sinais foram
dados quando o Santos, de Neymar, enfrentou o Barcelona de Messi, no campeonato
mundial de clubes, levou uma goleada e não pegou na bola.
O futebol mudou muito no
mundo inteiro.
O Brasil campeão mundial
cinco vezes, deitado em “berço esplêndido”, não entendeu as mudanças em toda a sua
profundidade.
Elas começaram quando o
Barcelona criou seu sistema tic-tac, que propõem o domínio da bola, a marcação
sobre pressão e a grande movimentação dos jogadores.
Com este sistema de jogo o
Barcelona foi campeão espanhol e a seleção da Espanha foi campeã europeia e
mundial.
O técnico Guardiola levou esta
filosofia de jogo para a Alemanha e aplicou no Bayern de Munique. E os
resultados são evidentes.
O futebol é um jogo
coletivo. Não se joga apenas com um jogador.
Heráclito, o grande filósofo
grego, há três mil anos afirmava que: “Tudo muda, nada é estático”.
O futebol mudou muito e o
Brasil não percebeu, principalmente na sua esfera política e administrativa,
que é despreparada e corrupta.
Dois fenômenos contribuíram
para a revolução no futebol: o televisionamento dos jogos e a globalização dos
jogadores.
A televisão começou na
década de 70, quando Berlusconi e Mordoch, magnatas da televisão europeia,
resolveram transmitir os jogos.
A globalização veio logo
depois, a partir da década de 80, onde africanos latinos e asiáticos inundaram
o futebol europeu.
Estes dois fenômenos acima
referidos transformaram o futebol em um dos maiores negócios do mundo.
O risco maior hoje para o
futebol é a máfia, que procura ganhar dinheiro com este esporte a qualquer
custo. Através de venda de ingressos, venda de passe de jogadores e manipulação
de loterias via internet.
Uma tragédia ligada a este
esporte é a violência, cujo exemplo maior é o do craque Neymar entre muitos
outros.
E também o uso político do futebol, que começou com o ditador Mussolini,
da Itália, na Copa do Mundo de 1934, e a de 1938, na França. Mussolini teve um
fim trágico.
Getúlio Vargas também
manipulou o futebol quando tentou organizar a Copa do Mundo de 1942 no Brasil,
e foi frustrado pela segunda guerra mundial.
Ele criou o Conselho Nacional de
Desportos (CND) e sua filha, Alzira Vargas, foi nomeada madrinha da seleção de 1938.
O
General Médici também tentou tirar proveito, pois ouvia a Copa de 70 com o rádio
no ouvido e, na comemoração da vitória, fez algumas embaixadas.
Outro exemplo marcante é o do
general e ditador Jorge Videla, da Argentina, na Copa do Mundo de 1978,
realizada no seu País, pois trabalhou abertamente pela vitória da Argentina, inclusive
com denúncias de soborno com relação à vitória sobre o Peru por 6x0.
A tragédia maior do Brasil
não foi a derrota para a Alemanha por 7x1. O futebol é apenas um jogo.
A nossa
maior tragédia é política. Com nosso atendimento de péssima qualidade na saúde
pública e a corrupção generalizada, que nos faz perder “a Copa da ética e do
caráter”.
O presidente Lula é um
homem inteligente. Com suas metáforas, sempre usou o futebol para influenciar a
população mais humilde, que entende bem essa linguagem.
Agora, querer permanecer no
poder manipulando o futebol já é demais!!!
Givaldo Soares
Cirurgião
Dentista
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