Afonso Romano de Sant'Anna (*)
Amar de peito aberto a morte.
Não de esguelha, de frente.
Amar a morte,
digamos,
despudoradamente.
Amá-la como se ama
uma bela mulher
e inteligente.
Amá-la
diariamente
sabendo que por mais
que a amemos
ela se deitará
com uns e outros
indiferente.
(*) - Afonso Romano de Sant'Anna (Belo Horizonte, 27 de março de 1937) - Ao longo de sua carreira, publicou mais de quarenta livros, foi professor em algumas universidades no Brasil e no exterior e trabalhou no Jornal do Brasil, na revista Veja, n'O Globo dentre outros. Tido como um dos principais nomes da poesia brasileira
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