sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A CASA DO ESTUDANTE - NATAL / RN

A CASA DA FELICIDADE
A Casa do Estudante é inesquecível! Pode ser também denominada “A casa da felicidade”.
Aquele antigo nosocômio, depois, quartel da polícia que participou da Revolução de 1935, foi transformado na Casa do Estudante, onde os rapazes do interior vinham em busca de abrigo e conhecimentos. Eram pobres e alegres, pareciam os pobres de Paris...
Casa do Estudante metralhada na Revolução 
Casa do estudante atualmente
A solidariedade entre eles era imensa!  Agrupavam-se de acordo com as regiões de onde eram originários.
Tinha grupo da região do Seridó, do Oeste, do Agreste e do sertão mais profundo do Rio Grande do Norte.
Mas a Casa também era aberta aos forasteiros de outros Estados, como eu Givaldo Soares, Teônio Vieira Pinto, Adalberto Jorge, José Braulino, representantes de Lagoa dos Gatos/PE, na Instituição. Tinha também os representantes da Paraíba, entre os quais os irmãos evangelistas, com nomes de apóstolos, mas destemidos e valentes.
Sem a Casa, talvez não teríamos sobrevivido com dignidade nesta cidade.
Existiam lá os mais variados tipos humanos. Era uma babel: Os malandros, os gozadores e os estudiosos, “os Caxias”, como eram conhecidos.
Dentro da Casa poderiam existir divergências, e até algumas brigas, mas, fora dela a unidade e a solidariedade eram totais.
Sem dúvida, existia uma elite que frequentava o ABC, o América e os melhores clubes de Natal. E os mais simples frequentavam a Ribeira, o Andaluzia e, no máximo, o Alecrim Clube.
Neste universo humano, a Casa permitiu a ascensão social e a formatura de Médicos, Dentistas, Bacharéis em Direito, Engenheiros, Assistentes Sociais, Economistas etc..
Não podemos esquecer a parte esportiva, onde se destacava o voleibol e o futebol, com partidas memoráveis.
Mas o dia maior da Casa do Estudante era o resultado do vestibular, onde dezenas de colegas eram aprovados e a comemoração era intensa, inclusive na Ribeira, onde “as primas” vibravam.
Escolhi 20 amigos da Casa do Estudante para citar em homenagem aos mais de 500, com os quais convivi lá:
Wellington Xavier, Inácio Cassimiro, João Carlos Neto, Clesito Cesar Fechine, José Maria Aragão, Múcio Procópio, Gino Morelli, José Daniel Diniz, Canindé Queiroz, Anastácio Jó, Edmilson Fernandes, Antônio Figueira, Júlio Batista, Jaime Batista, Hélio Silveira, Abreu Júnior, Jório Marques, Teônio Vieira Pinto, Adalberto Jorge, José Geraldo da Fonseca e Otávio Pereira de Mello, Dagmar Maia, Enéas Maia, Joaquim Elói.
Múcio, Givaldo, José Maria, Morelli.
Ao relembrar a Casa do Estudante, me veio à mente o poema de Manoel Bandeira:
A ÚLTIMA CANÇÃO DO BECO
Vão demolir esta casa.
Mas o meu quarto vai ficar,
Não como forma imperfeita
Neste mundo de aparências.
Vai ficar na eternidade,
Com seus livros, seus quadros,
Intactos, suspensos no ar!

Givaldo  Soares

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