terça-feira, 26 de julho de 2011

FESTA NO CÉU

Por Givaldo Soares (*)

O maior patrimônio de uma nação é o espírito de luta de seu povo e a maior ameaça para uma nação é a desagregação desse espírito. (George B. Courtelyou)

No céu existe um dia dedicado a cada país existente no mundo.

É um dia dedicado à louvação, à cultura, à política de cada país. É um dia alegre e triste ao mesmo tempo. As comemorações consistem em gastronomia, música, bebida com moderação e muitas reflexões.

No dia dos Estados Unidos predomina o jazz, o blues; Portugal participa com o fado e a Argentina com o tango, sua tristeza e “modéstia”. No dia do Brasil, “07 de setembro”, caipirinha, samba, carnaval e futebol, é o dia mais feliz no céu. Muitos não podem comparecer a esta festa, estão em lugar bastante distante chamado inferno, que não mantém relações com o céu.

No último 07 de setembro, compareceram cinco políticos do Brasil, para fazer um balanço do nosso país, a partir do descobrimento até o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A conversa não foi tranquila, no entanto, todos discordaram da frase de Lula: “Nunca antes na história desse país...”.

Getúlio Vargas, o mais velho, estava pau da vida, e iniciou o diálogo falando do seu governo: “Fiz a revolução de 1930 e derrubei a república velha; lancei as bases da industrialização e do Brasil moderno; fundei a Petrobras e a Eletrobras; criei o voto feminino; a legislação trabalhista e a justiça do trabalho; institui o salário mínimo; criei a siderúrgica nacional e A Vale do Rio Doce. Mesmo dando uma grande contribuição e oferecendo a minha vida ao país, fui humilde e nunca achei que tinha redescoberto o Brasil”; amargurado, Getúlio pergunta a Juscelino: Quem é esse rapaz que governa o Brasil de forma tão arrogante?

Juscelino então respondeu: “Quando governava o Brasil em 1955, soube que nasceu no nordeste um menino prodígio, um jeca tatu que migrou para São Paulo e se transformou em Macunaíma; fundou uma central sindical e um partido político, que o ajudou a governar o Brasil. Não é um político comum, é um gênio, que se aproxima mais da religião do que da política, pois, demagogo e populista, ele hipnotiza o povo. Dizem no Nordeste que ele tem parentesco com Antônio Conselheiro e Padre Cícero Romão Batista”.

Getúlio admirado pergunta: “Mas esse homem não tem defeitos?”. Juscelino complementa: “Tem, sim. É mentiroso e arrogante. Sua frase “Nunca antes na história deste país...” é injusta e boçal comigo, com você e todos os outros que, no passado, trabalharam pelo Brasil, mas, ele tem outro defeito: Toma muita cachaça”.

Jânio Quadros interfere: “Isto não é um defeito, e sim uma virtude”. Ao que vem Ulisses Guimarães, até então muito calado, e faz sua intervenção: “Lancei minha anti-candidatura à presidência da república, em um dos momentos mais dramáticos da nossa história, enfrentei o estado policial da ditadura, não cedi, começamos a luta pela redemocratização com as diretas já. Meu discurso durante a promulgação da Constituinte é uma síntese do meu pensamento. Tenho nojo e ódio da ditadura. Apesar de tudo isso reconheço que o Brasil não é obra de um só homem, é obra de muitos, principalmente seu povo”.

É aí que Tancredo Neves, mineiro, equilibrado e sensato, entra na conversa para finalizar. E cita uma famosa frase sua: “Se Deus não lhe deu a graça da humildade, peça a ele a da dissimulação e finja que é modesto”.

E continuou: “Fiz política em Minas Gerais a partir de 1933, vi o surgimento do Estado Novo e sua derrocada, acompanhei de perto o drama de Getúlio e seu suicídio, recebi dele a caneta da carta testamento, apoiei o governo Juscelino Kubitschek, em 1964, vi os militares assassinarem a democracia, lutei ao lado de Ulisses pela redemocratização, depois atendendo a um chamado da pátria, fui eleito de forma indireta presidente da república, não cheguei a tomar posse, fui traído por uma diverticulite. Mesmo com este currículo, nunca tive a arrogância de dizer que salvei o Brasil. Só os espíritos pequenos pensam ser o dono de todas as coisas. Por isso perdôo, mas, não aceito a frase:

NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESTE PAÍS...”.

(*) Givaldo Soares, Dentista e Cidadão Brasileiro.

domingo, 24 de julho de 2011

O QUE É UTOPIA?












Utopia tem como significado mais comum a idéia de civilização ideal, imaginária, fantástica.

Pode referir-se a: uma CHÁCARA, UM SHANGRILÁ, uma cidade ou a um mundo, sendo possível tanto no futuro, quanto no presente, porém em um paralelo.

A palavra foi cunhada a partir dos radicais gregos οὐ, "não" e τόπος, "lugar", portanto, o "não-lugar" ou "lugar que não existe".

Utopia é um termo inventado por Thomas More que serviu de título a uma de suas obras escritas em latim por volta de 1516.

Segundo a versão de vários historiadores, More se fascinou pelas narrações extraordinárias de Américo Vespúcio sobre a recém avistada ilha de Fernando de Noronha, em 1503. More decidiu então escrever sobre um lugar novo e puro onde existiria uma sociedade perfeita.

O "utopismo" consiste na ideia de idealizar não apenas um lugar, mas uma vida, um futuro, ou qualquer outro tipo de coisa, numa visão fantasiosa e normalmente contrária ao mundo real.

O utopismo é um modo absurdamente otimista de ver as coisas do jeito que gostaríamos que elas fossem.

Colaboração do Confrade Marivaldo Santos (Cuité/PB)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

INTENTONA COMUNISTA COMO ME CONTARAM...

A Intentona Comunista - Por Daisy Leite

Domingo, 27 de novembro de 2005, a TV Globo apresentou no "Fantástico," matéria sobre os 70 anos da maldita Intentona Comunista, quando militares e civis reverenciam na Praia Vermelha a morte de 29 militares e de mais de 1.000 civis, nessa data no Rio de Janeiro.

Na noite de 23/24 de novembro de 1935, no governo Rafael Fernandes no Estado do Rio Grande do Norte, soldados do 21º Batalhão de Caçadores, hoje Escola Winston Churchill, onde eclodiu o movimento, membros da Guarda Civil, demitidos e populares filiados secretamente ao Partido Comunista, criado em 1922, deflagraram na calada da noite um movimento revolucionário nas cidades do Natal, do Recife e do Rio de Janeiro, liderados pelo Luiz Carlos Prestes.

Era a Intentona Comunista de 1935 que durou de 23 a 26 de novembro..Lilita que se encontrava no quarto amamentando a sua filha, Diolita, foi pega de surpresa, como toda população, e não entendia por que pessoas invadiam sua casa e procuravam esconder-se no seu quarto, e até debaixo da cama, enquanto lá fora se ouvia barulho de vozes e tiros.

Os fregueses do bar A Cova da Onça, políticos e intelectuais, também surpreendidos pelos acontecimentos, juntamente com os proprietários Leonel e Diomedes, armaram barricadas para protegerem-se do tiroteio e lá passaram toda a noite.

Na manha seguinte, quando parecia ter acalmado os disparos, Diomedes preocupado, enviou um dos garçons, que saiu pela porta dos fundos do bar, para dar notícias e ver como estava a família.

Lilita entreabriu a janela e receosa olhou a rua. Viu queijos do reino rolando pelas calçadas, peças de tecidos jogadas na rua e outros produtos que testemunhavam os saques das casas comerciais. Mais tarde soube que até os cofres dos bancos haviam sido saqueados.

A população temerosa, protegida em suas casas, aguardava os acontecimentos.

Até o final do movimento 17 das 41 cidades do Estado caíram nas mãos dos comunistas.

Na madrugada de 27/11 os membros do Comitê Revolucionário que tinha deposto o governo após receberem do Recife a notícia sobre o fracasso do levante do 29º Batalhão de Caçadores e da resistência ao avanço dos comunistas em Currais Novos, retiraram-se da cidade e o governo reassumiu o poder.

Terminava assim o primeiro e único governo comunista no Brasil. O jornal "A Liberdade", editado pelos comunistas não chegou a circular.

Germano, jovem rapaz de 19 anos de idade, irmão de Lilita, subiu num caminhão com os militares e foi em perseguição aos comunistas. Vítima de um disparo nas nádegas, nunca conseguiu retirar o projétil, pois o mesmo se deslocava, na região glútea.

"Os brasileiros jamais poderão esquecer aqueles, a seguir citados, que tombaram em defesa da liberdade e de nossas Instituições. Em NATAL: 2º. Sargento Jaime Pantaleão de Moraes, Cabo João de Deus Araújo e Soldado PM Luís Gonzaga de Souza; em RECIFE: Tenentes José Sampaio Xavier e Lauro Leão de Santa Rosa e o Soldado PM Lino Victor dos Santos; no RIO DE JANEIRO: Tenente-Coronel Misael de Mendonça, Majores Armando de Souza e Mello e João Ribeiro Pinheiro, Capitães Danilo Paladini e Geraldo de Oliveira; Tenente Benedicto Lopes Bragança; 2º. Sargento José Bernardo Rosa; 3ºs. Sargentos Coriolano Ferreira Santiago, Abdiel Ribeiro dos Santos e Gregório Soares; Cabos Luís Augusto Pereira, Antônio Carlos Botelho, Alberto Bernardino de Aragão, Pedro Maria Netto, Fidelis Baptista de Aguiar, José Harmito de Sá, Clodoaldo Ursulano, Manuel Biré de Agrella e Francisco Alves da Rocha; Soldados Wilson França, Péricles Leal Bezerra, Orlando Henriques, Álvaro de Souza Pereira e Generoso Pedro Lima"(*)

Depois deste episódio meu tio Germano, tornou-se investigador de policia. Mais de 10 anos depois, eu atravessava a Avenida 2, hoje Avenida Presidente Bandeira, segurando na sua mão, quando ele mandou-me olhar em direção a uma mulher que estava do outro lado da rua. Olhei. Ele então me falou que foi na casa dela, que na época morava na Avenida 10, hoje Avenida Leonel Leite, onde encontrou grande quantidade de produtos provenientes dos saques, enterrados no quintal.

Nunca esqueci a fisionomia fechada e a pele do rosto manchada daquela mulher. A partir daí, comunista pra mim, tinha aquela cara...

(*) Gen. Ex. José Carlos Leite Filho (Publicado no DIÁRIO DE NATAL - O POTI), de 27/11/2005)



segunda-feira, 18 de julho de 2011

CONFRAM HOMENAGEIA ANIVERSARIANTE

CONFRARIA DA AMIZADE - CONFRAM





Homenagem ao Confrade Lenilson Carvalho:



Lenilson chega aos seus 60 anos (19/07) bem vividos, lépido, fagueiro, eclético e polivalente.

É uma figura querida na nossa Confraria e na sociedade.



Tem um espírito generoso. É capaz de conviver nas altas rodas sociais e tomar uma cerveja com o mais simples dos pescadores na beira da praia. Está sempre disposto ao convívio social.

É amante da boa gastronomia e de um bom vinho.

Profissional realizado teve o privilégio de conviver com três grandes figuras da Odontologia do Rio Grande do Norte: José Nunes Cabral; Joaquim Guilherme e Odilon de Amorim Garcia.

Como sempre, Lenilson é um grande gozador - em certa ocasião me convidou para ir a Muriú, e me apresentou ao dono do bar como se eu fora seu pai.


O velho senhor, sofrendo de catarata, acreditou e me tratou muito bem.


Evidentemente, protestei, lembrando ao professor que eu tinha sido seu aluno.


E reconheço que o Sr. Pedro Isaías de Carvalho e a Sra. Luzia de Carvalho,

geraram uma grande figura humana!!!

Em nome da Confraria, parabenizo o sempre jovem Lenilson.


Parabéns, Lenilson!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Givaldo Soares - Presidente

sexta-feira, 15 de julho de 2011

HUMOR: BRANQUINHA "TURBINADA" (*)

Juca e Chico eram dois mecânicos de avião e trabalhavam no aeroporto do Galeão, Rio de Janeiro.

Cachaceiros de carteirinha, não perdiam a chance de derrubar umas e outras.

Num fim de tarde, sem movimento, Chico disse:

-"Tô seco pra tomar umas"...

-"Eu também", emendou o Juca.

Os dois foram até o vestiário, mas a garrafa no armário estava vazia.

Nessa altura, a vontade aumentou e então Chico sugeriu:

- "Que tal a gente experimentar combustível de jato?"

E o Juca:

- "Vamo lá, de repente esse troço é bom.."

E os dois detonaram perto de um litro.

No dia seguinte, ao acordar, Chico ficou surpreso, pois estava se sentindo muito bem e sem ressaca.

Nisso o telefone tocou... era o Juca, que perguntou:

- "Como você se sente?"

- "Tô inteirão. A coisa é boa pra cacete. Agora só tomo dela."

- "É da boa mesmo, mas só uma pergunta: já soltou gases hoje?"

E o Chico:

- "Não, por quê?"

- "Então se segura, porque eu tô ligando de Cuiabá!"

(*) Colaboração do Confrade Marcos Paiva da Rocha

CAMPOS DO JORDÃO TERÁ O 8º PASSEIO DE CÃES












O tradicional PASSEIO DE CÃES pelas ruas do bairro de Capivari vai agitar Campos do Jordão em 16 de julho - Sábado.

Diversão garantida para moradores e turistas da região, o evento é voltado para toda a família e premiará os animais e donos que mais se destacarem em dez categorias:

“Cão de pequeno porte mais Bonito”,

“Cão de médio porte mais Bonito”,

“Cão de grande porte mais Bonito”,

“A Dona do cão mais Bonito”,

“O Dono do cão mais Bonito”,

“O Cão com Adereço mais Original”,

“A Maior Família de Cães”,

“O Cão com a(o) Dona(o) mais Bonita(o)”,

“O Dono mais Parecido com seu Cão” e

“Prêmio Especial PURINA”.

O programa COMPANHIA DE VIAGEM em parceria com a PURINA PROPLAN presenteará o ganhador da categoria “O DONO DO CÃO MAIS BONITO” com duas passagens de ida e volta para Salvador.

Durante o percurso de 1 km, os animais terão direito a uma dog tag – onde serão gravados o nome do animal e telefone do dono, sessão de fotos da PURINA, caricaturas da AON - PETPLAN e parada da beleza, onde os pets receberão um tratamento especial.

Além disso, os participantes poderão assistir a um Show Agility, com cães adestrados. As inscrições são gratuitas.

O 8º PASSEIO DE CÃES conta com o patrocínio master da NESTLÉ, com a PURINA PROPLAN; patrocínio da AON – PETPLAN e JUST FOR DOG como fornecedor oficial. TV BAND VALE está com cota de apoio e NÚCLEO PET como mídia partner.

SERVIÇO

8º PASSEIO DE CÃES

Local de Saída: Shopping Market Plaza

Endereço:
Avenida Macedo Soares, 499 – Capivari / Campos do Jordão – SP

Data: 16 de julho, sábado

Horário da concentração: A partir das 9h

Horário do passeio: Das 10h às 12h

FONTE: José Maria Solino

CULTURA & ARTE

A Galeria Choque Cultural apresenta a mostra Novos Planos. (*)

Artista assina um dos maiores painéis urbanos de São Paulo (Foto)
A partir de 16.07.11, o artista plástico DANIEL MELIM apresenta cerca de 20 trabalhos na exposição individual Novos Planos, na Galeria Choque Cultural.




Até 27 de agosto, o público poderá ver, gratuitamente, a evolução da pintura de Melim, que já expôs no MASP e ao lado do inglês Banksy.

Especialista em stencil art, Daniel Melim também é responsável por um gigantesco painel recém-inaugurado na Avenida Prestes Maia, 931, com mais de 30 metros de altura.

E é a partir de sua pintura, que Melim desenvolve a pesquisa desta que é sua terceira exposição individual na galeria paulistana. “Estou pesquisando novas possibilidades de planos pictóricos e mídias, como a animação, por exemplo”, revela.

Novos Planos terá 17 telas, uma animação, recortes em metal, pequenas instalações espalhadas pela galeria e alguns trabalhos em menor dimensão, suportes e elementos que a tornam multimídia.

Tudo isso é resultado da relação entre artista-rua-ateliê.
Na paisagem urbana Melim pinta em grandes dimensões e compõe aproveitando texturas e volumes que encontra na cidade.
No ateliê, ele constrói seus suportes usando texturas de velhas placas de propaganda e telas que podem ter variadas dimensões, desde uma incomum 200 x 60cm até uma já tradicional de 1,80 x 2,50 metros.

A base de sua pintura é o estêncil, técnica de pintura feita com máscara vazada, muito usada por europeus (Banksy, por exemplo) embora pouco difundida aqui no Brasil.
Para preparar os seus estênceis, Daniel Melim costuma se apropriar de imagens clichês, que foram muito usadas em ilustrações, publicidades e quadrinhos dos anos 50.

Gosto de tirar essas imagens da sua base original e tentar subverter a questão da propaganda ou o meio original para o qual aquela imagem foi criada, ou ainda montar e editar essas imagens, criando um novo sentido para elas”, descreve.

Além de sua carreira em galerias e museus, Daniel Melim desenvolve voluntariamente o Projeto Limpão, um site especifico em proporção gigantesca, em São Bernardo do Campo.

Trata-se da ocupação de todo um morro, com pinturas nas fachadas das casas, nos corredores e praças do local. As casas do bairro são construídas pelos próprios moradores, num típico exemplo da arquitetura urbana paulista, sem pertencer a um projeto urbanístico coerente.

Esse trabalho de fôlego não tem data pra acabar: Ele vai sendo construído aos poucos, em parceria com ‘o pessoal da capoeira’, nos fins de semana, com a anuência e admiração da comunidade.

Choque Cultural

A Choque Cultural não é apenas um projeto de galeria comercial, envolve também educação e compromisso sócio-cultural.
A sua principal missão é aproximar o público jovem das artes plásticas, incentivando o colecionismo, produzindo conhecimento e promovendo intercâmbios.

Desde a sua fundação, em 2003, o projeto apresentou mais de 200 artistas brasileiros, trouxe para o Brasil mais de 50 artistas internacionais, levou brasileiros à Europa e Estados Unidos em mais de 10 grandes exposições, editou muitas gravuras e livros.

Os proprietários Mariana Martins, Baixo Ribeiro e Eduardo Saretta criaram um importante network global, entre galerias, artistas e colecionadores, além de terem chamado a atenção de instituições e museus de todo o mundo.

Novos Planos, de Daniel Melim - Choque Cultural

Abertura: 16 de julho de 2011, às 14h

Rua João Moura, 997, Pinheiros, São Paulo

Telefone: (11) 3061-4051

(*) Fonte: José Maria Solino

terça-feira, 12 de julho de 2011

O DRAGÃO, A ÁGUIA E O PEQUENO GIGANTE!

No mundo atual trava-se uma luta política e econômica pela supremacia mundial. Dois gigantes estão em luta: Os Estados Unidos e a China.

Na década de 40, no pós-guerra, os Estados Unidos da América começaram a liderar o mundo, e hoje tem o maior PIB, estimado em 13 trilhões de dólares.

Nesta mesma época (1949), a China era um país pobre e chegava ao seu comando Mao Tsé-Tung, precursor do comunismo naquele país. Começava então a revolução e com isso, a disciplina do povo chinês.
Hoje, a China disputa com os Estados Unidos a hegemonia mundial.

A China, ao longo da história, passou por muitas dificuldades, inclusive a revolução cultural de 1966, onde seus promotores procuravam fazer a revolução dentro da revolução, com sua “guarda vermelha”, que estimulava os jovens a punir os velhos revisionistas.

Foi uma época de grande dureza para os chineses. Deng Xiaoping foi duramente punido pela revolução cultural: um dos seus filhos foi jogado do 4º andar de um prédio e ficou paralítico.

Em 09 de setembro de 1976, morreu Mao Tsé-tung, e a China passou por uma nova revolução, comandada pelo pequeno gigante, o citado Deng Xiaoping, que fez a abertura econômica, criando o socialismo de mercado, e colocando a China em uma nova direção.

Pragmático, ele criou o Estado e dois sistemas, tentando conciliar o socialismo com o capitalismo, e para justificar, afirmou: “Não importa se o gato é preto ou branco, importa que se coma o rato”. A frase matou de ódio muitos comunistas radicais.

A situação hoje, mesmo estando o mundo em crise, é a seguinte: A China tem o dobro do PIB da Grã-Bretanha, e quase a metade do PIB Americano. Seu crescimento é espantoso em todos os níveis.

Mas a China tem também seu “calcanhar de Aquiles”, que é sua população com 1,3 bilhão de habitantes, e o não respeito aos direitos humanos.

Recentemente, Liu Xiaobo foi agraciado com o prêmio Nobel da Paz e não teve autorização para recebê-lo. Ele é um ativista dos direitos humanos na China e está atualmente preso.

Estamos em uma nova era de incerteza, da qual falou John Kenneth Galbraith, e muitas são as perguntas e dúvidas:

- O Dólar e o Euro permanecerão?

- Como ficará o mundo com as novas emissões do C02?

- A Europa sairá da crise?

- O terrorismo continuará assustando o mundo?

Estas são perguntas difíceis de responder.
Mas, no futuro não muito distante, teremos uma luta surda entre a civilização Ocidental e a Oriental.

Quem vencerá? O Dragão ou a Águia?

Qualquer que seja o resultado, o pequeno gigante Deng Xiaoping estará sorrindo. Ele teve a coragem de reformar o seu país.

Givaldo Soares
(Cirurgião Dentista e Cidadão Brasileiro)

POR QUE OS BRASILEIROS NÃO REAGEM? (*)

O fato de que, em apenas seis meses de governo, a presidente Dilma Rousseff teve de afastar dois ministros importantes, herdados do gabinete de seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva (o da Casa Civil da Presidência, Antonio Palocci - uma espécie de primeiro-ministro - e o dos Transportes, Alfredo Nascimento), ambos caídos sob os escombros da corrupção política, tem feito sociólogos se perguntarem por que neste país, onde a impunidade dos políticos corruptos chegou a criar uma verdadeira cultura de que "todos são ladrões" e que "ninguém vai para a prisão", não existe o fenômeno, hoje em moda no mundo, do movimento dos indignados.

Será que os brasileiros não sabem reagir à hipocrisia e à falta de ética de muitos dos que os governam? Não lhes importa que tantos políticos que os representam no governo, no Congresso, nos estados ou nos municípios sejam descarados salteadores do erário público?
É o que se perguntam não poucos analistas e blogueiros políticos.

Nem sequer os jovens, trabalhadores ou estudantes, manifestaram até agora a mínima reação ante a corrupção daqueles que os governam.

Curiosamente, a mais irritada diante do saque às arcas do Estado parece ser a presidente Rousseff, que tem mostrado publicamente seu desgosto pelo "descontrole" atual em áreas do seu governo e tirou literalmente - diz-se que a purga ainda não acabou - dois ministros-chave, com o agravante de que eram herdados do seu antecessor, o popular ex-presidente Lula, que teria pedido que os mantivesse no seu governo.

A imprensa brasileira sugere que Rousseff começou - e o preço que terá que pagar será elevado - a se desfazer de uma certa "herança maldita" de hábitos de corrupção que vêm do passado.

E as pessoas das ruas, por que não fazem eco ressuscitando também aqui o movimento dos indignados? Por que não se mobilizam as redes sociais?

O Brasil, que, motivado pela chamada marcha das Diretas Já (uma campanha política levada a cabo durante os anos 1984 e 1985, na qual se reivindicava o direito de eleger o presidente do país pelo voto direto), se lançou nas ruas contra a ditadura militar para pedir eleições, símbolo da democracia, e também o fez para obrigar o ex-presidente Fernando Collor de Mello (1990-1992) a deixar a Presidência da República, por causa das acusações de corrupção que pesavam sobre ele, hoje está mudo ante a corrupção.

As únicas causas capazes de levar às ruas até dois milhões de pessoas são a dos homossexuais, a dos seguidores das igrejas evangélicas na celebração a Jesus e a dos que pedem a liberalização da maconha.

Será que os jovens, especialmente, não têm motivos para exigir um Brasil não só mais rico a cada dia ou, pelo menos, menos pobre, mais desenvolvido, com maior força internacional, mas um Brasil menos corrupto em suas esferas políticas, mais justo, menos desigual, onde um vereador não ganhe até dez vezes mais que um professor e um deputado cem vezes mais, ou onde um cidadão comum depois de 30 anos de trabalho se aposente com 650 reais (300 euros) e um funcionário público com até 30 mil reais (13 mil euros).

O Brasil será em breve a sexta potência econômica do mundo, mas segue atrás na desigualdade social, na defesa dos direitos humanos, onde a mulher ainda não tem o direito de abortar, o desemprego das pessoas de cor é de até 20%, frente a 6% dos brancos, e a polícia é uma das que mais matam no mundo.

Há quem atribua a apatia dos jovens em ser protagonistas de uma renovação ética no país ao fato de que uma propaganda bem articulada os teria convencido de que o Brasil é hoje invejado por meio mundo, e o é em outros aspectos.
E que a retirada da pobreza de 30 milhões de cidadãos lhes teria feito acreditar que tudo vai bem, sem entender que um cidadão de classe média europeia equivale ainda hoje a um brasileiro rico.

Outros atribuem o fato à tese de que os brasileiros são gente pacífica, pouco dada aos protestos, que gostam de viver felizes com o muito ou o pouco que têm e que trabalham para viver em vez de viver para trabalhar.

Tudo isso também é certo, mas não explica que num mundo globalizado - onde hoje se conhece instantaneamente tudo o que ocorre no planeta, começando pelos movimentos de protesto de milhões de jovens que pedem democracia ou a acusam de estar degenerada - os brasileiros não lutem para que o país, além de enriquecer, seja também mais justo, menos corrupto, mais igualitário e menos violento em todos os níveis.

Este Brasil, com o qual os honestos sonham deixar como herança a seus filhos e que - também é certo - é ainda um país onde sua gente não perdeu o gosto de desfrutar o que possui, seria um lugar ainda melhor se surgisse um movimento de indignados capaz de limpá-lo das escórias de corrupção que abraçam hoje todas as esferas do poder.

(*) Juan Arias - Correspondente do jornal espanhol “El Pais”, no Brasil.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

INTENTONA COMUNISTA NO RN






Eimar Lopes de Oliveira (*)


A Intentona Comunista ou Levante ou ainda Insurreição, foi um movimento revolucionário que aconteceu no Brasil no ano de 1935.

Tinha como objetivo principal derrubar o governo de Getúlio Vargas, e instalar o regime Comunista no Brasil.

É importante ressaltar que, apesar de ter ocorrido no ano de 1935, muitos fatos que o antecederam, foram determinantes para o seu acontecimento.

A década de 1920 foi caracterizada por uma grande insatisfação popular com a situação política e econômica do País.


Havia uma grande recessão com um alto índice de desemprego.
Além disso, tomava corpo no seio das Forças Armadas uma grande desarmonia entre seus membros, principalmente nas patentes mais baixas, provocada pelos baixos soldos. Essa desarmonia culminou com um movimento que ficou conhecido como o Tenentismo.

Na conjuntura Internacional, começavam a surgir os Regimes Totalitários (Portugal, Espanha etc.), e acontecia também uma grande crise econômica ocidental no período entre-guerras, tendo como desfecho principal, a falência da bolsa de Nova Iorque, em 1929.

Nacionalmente ocorreu a quebra da política do Café-com-leite e o assassinato de João Pessoa.

No Rio Grande do Norte vários eventos convergiram para o que estava para acontecer.

- O Estado aderiu à Revolução de 1930, juntando-se ao RS, MG e PB;

- A derrota e o fim das Oligarquias Albuquerque Maranhão e Bezerra de Medeiros;

- O período interventorial, inclusive com extrema instabilidade política (o RN teve no período de 1930 a 1934, 5 Interventores);

- A campanha eleitoral de 1934 extremamente violenta, havendo muitos assassinatos por todo Estado, inclusive o do filho do Governador deposto, Juvenal Lamartine.

Após a campanha, houve a dissolução de toda a guarda civil que era ligada ao interventor que perdera a eleição. O interventor era Mário Câmara e o Novo Governador eleito era Rafael Fernandes Gurjão.

Natal era uma cidade com aproximadamente 40 mil habitantes, cujo movimento girava basicamente em torno do comércio, concentrado na Ribeira.

Aproximadamente 80% da população era analfabeta. A segurança era feita pela Polícia Militar, pelo 21º BC (Batalhão de Caçadores do Exército Brasileiro) e pela Guarda Civil.

No dia 23 de Novembro de 1935, uma manhã de sábado, tudo corria normalmente. No 21º BC, parte da tropa foi dispensada no início da tarde, ficando no quartel apenas o Oficial de Dia, o Tenente Abel Cabral e o Tenente João Cícero de Sousa, da banda de música, além do restante da guarda normal do quartel.

À noite o Governador Rafael Fernandes jantou com amigos, e logo depois se dirigiu ao Teatro Carlos Gomes, hoje Alberto Maranhão, acompanhado do seu secretário, Aldo Fernandes, onde acontecia uma solenidade de formatura.

Por volta das 19h30min, três homens fortemente armados, o Sargento Músico Quintino Clementino de Barros, o Cabo Giocondo Alves Dias e o Soldado Raimundo Francisco de Lima, prenderam o Oficial de Dia e o restante da guarda, e conquistaram, sem resistência, o quartel.

Logo depois, um grupo ocupou pontos estratégicos da Cidade, o Palácio do Governo, a residência do Governador e a central de usina elétrica. Foi também desligado o farol que orientava os navios, no forte.

O Governador que se encontrava no teatro, escondeu-se na casa de um amigo, lá dormiu e no dia seguinte recebeu asilo do Cônsul da Itália, onde permaneceu até o fim do movimento.

O Prefeito de Natal, Gentil Ferreira e seus assessores asilaram-se na casa de Amador Lammas que a transformou em Consulado.

O Chefe de Polícia João Medeiros Filho e o Delegado Auxiliar Major Genésio Lopes, após percorrerem vários pontos da Cidade, chegaram ao 21º BC e lá foram presos.

O Quartel da PM localizado no centro da Cidade, onde hoje funciona a Casa do Estudante sofreu um violento ataque. Travou-se um combate que durou até as 14 horas do dia seguinte.

A maioria dos resistentes fugiu, e os que ficaram foram presos. Mesmo polêmica, a História relata a morte do Soldado Luiz Gonzaga.

Aconteceu também a invasão da Cadeia Pública, hoje Centro de Turismo, e 68 presos foram soltos. Na tarde do dia 24 de Novembro, a Cidade estava toda em poder dos revoltosos.

Nessa mesma tarde, foi constituída a Junta Governativa (Comitê Popular Revolucionário), composto por:

Quintino Clementino de Barros, 36 anos, Secretário de Defesa;

Lauro Lago, 36 anos, Secretário do Interior e Justiça;

José Macêdo, 33 anos, Secretário de Finanças;

João Galvão, 33 anos, Secretário de Viação;

José Praxedes, 35 anos, Secretário de Aprovisionamento.

No dia 25, o primeiro decreto foi assinado pela Junta Governativa, dissolvendo a Assembleia Legislativa, e destituindo o Governador Rafael Fernandes.

Outras medidas merecem destaque, como: A redução do preço dos bondes de 50 para 20 Réis; reabertura do comércio e dos bancos; vários arrombamentos aos cofres do Banco do Brasil e da Recebedoria de Vendas etc..

No dia 27, seguindo orientação de Recife, os presos pelo movimento foram entregues ao navio Mexicano ancorado no porto de Natal, e junto com eles todas as armas. Nesse mesmo dia 27 chegava a informação de que o Movimento havia fracassado em nível nacional.

Sem prisioneiros, sem armas e com as informações do fracasso, o 21º BC recebeu ordens para debandar. Praticamente todos os revoltosos foram presos, apenas Giocondo e José Praxedes fugiram.

É importante ressaltar que, apesar da concentração e centralização do levante ter sido na Capital do Estado, o Interior foi ocupado e também resistiu.

Dos 41 Municípios existentes na época, 17 foram tomados pelos revoltosos.

Natal/RN, 05 de Junho de 2011

(*) - Atual Presidente do Conselho Regional de Odontologia e graduado em História pela UFRN.