segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

BRASIL S/A



Singular e plural, assimétrico e ciclotímico. Assim é o nosso País: Tem tudo de bom e de ruim nessa sociedade anônima.

Machado de Assis classificou o Brasil em oficial e real. No primeiro, estão todos os privilégios, e no segundo todas as injustiças.

O velho Machado se referia à elite e à classe média. Esqueceu a periferia das grandes cidades e os grotões do Amazonas e do Nordeste, onde está o Brasil invisível e injusto, onde o homem não tem nenhum direito.

Ao nascer não tem certidão de nascimento, ao morrer não tem o atestado de óbito.

Não tem Carteira de Identidade, nem CPF. Nunca assistiu a um filme, leu um livro ou foi ao teatro. Avião, ele só conhece à distância, pelo barulho do motor.

Vinícius de Morais, no seu poema “Pátria Minha”, botou o dedo na ferida da desigualdade e da injustiça social:

“A minha pátria é como se não fosse, é íntima

Doçura e vontade de chorar;”

O Brasil é, sem dúvida, um país muito injusto, tem de tudo para o bem e para o mal. Ficamos felizes com o nosso futebol cinco vezes campeão do mundo, que ajudou a acabar com o “complexo de vira lata”, segundo Nelson Rodrigues.

Continuamos felizes quando olhamos para a nossa música, uma das mais criativas e bonitas do mundo, que no período de 40 anos fez uma grande revolução.

Em 1917, Donga lançou a música “Pelo telefone”, o 1º samba no Brasil.

Na década de 30 foi lançada a marchinha, um gênero que humaniza e anima o carnaval.

Em 1946, um preto pernambucano de Exu, chamado Luís Gonzaga, com sua sanfona e cheio de bossa, ensinou o Brasil a dançar baião, dando o recado da música popular nordestina. ]

Já em 1957, Antônio Carlos Jobim, Vinícius de Morais e João Gilberto, revolucionaram a música popular brasileira, lançando o movimento bossa nova.

Em 1967 foi lançado o movimento tropicalista, que migrou das artes plásticas e do concretismo para a música, criando um novo movimento cultural, cujos ícones foram: Gilberto Gil, Caetano Veloso, Torquato Neto, Tom Zé e muitos outros, com as músicas: Tropicália, Domingo no Parque etc.

Este é o Brasil que dá certo e nos orgulha. Mas tem um Brasil que nos envergonha, com uma das taxas de assassinato mais alta do mundo, corrupção generalizada, trabalho escravo infantil e elevados índices de acidentes de trânsito e no trabalho.

Este é o Brasil sem ética, na luta pelo poder e o dinheiro a qualquer preço. Este Brasil não nos orgulha, só nos deprime.

Para ele só tem um remédio: Adotar a Constituição do historiador cearense Capistrano de Abreu que, segundo ele, a Constituição Federativa só devia ter 02 artigos:

Artigo 1º

Todo brasileiro deve ter vergonha na cara.

Artigo 2º

Revogam-se as disposições em contrário.

Givaldo Soares

(Cidadão Brasileiro e Cirurgião Dentista)

domingo, 19 de fevereiro de 2012

PORTEIRA FECHADA


O ex-presidente Lula é o criador da doutrina do “realismo cínico”. Ela surgiu depois do mensalão do PT, e tem o seguinte enunciado: ”Para governar posso me aliar até com o demônio” - e foi o que ele fez.

Hoje, estão ao seu lado: Paulo Maluf; Collor de Melo; Jader Barbalho; Marcos Valério; Henrique Eduardo Alves; José Sarney; Romero Jucá etc..

Ele entregou o governo à Presidente Dilma com 06 ministros corruptos, que depois todos foram demitidos.

Para um consumidor apolítico e indiferente isso não tem a menor importância, mas para um contribuinte e cidadão dói na própria alma.

Com 50 mil assassinatos por ano e uma média de 127 por dia, o Brasil não caminha em direção à Dinamarca ou à Suécia.

Vai se transformando em um gigantesco México: É o UFC da política e o vale tudo!

Givaldo Soares

(Cirurgião Dentista e Cidadão Brasileiro)

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

CARNAVAL X COMPROMETIMENTO DA SAÚDE BUCAL



ATENÇÃO!!!

O carnaval está aí... Serão 04 dias (ou mais) de muita alegria e, para alguns, também de muitos excessos que podem trazer consequências graves para a saúde durante a folia e também ao longo da vida.

Para que o sorriso não seja prejudicado, a Associação Brasileira de Odontologia (ABO) recomenda não descuidar da saúde bucal, importante para a saúde de todo o corpo.

A boca é porta de entrada para bactérias e vírus. Para quem a usa de forma displicente é importante saber que cerca de dois bilhões de bactérias habitam uma única gota de saliva.

Além delas, um vírus, o Epstein-Barr, que causa a mononucleose infecciosa, precisa apenas do contato direto da mucosa com a saliva contaminada para ser transmitido. Ou seja, um “beijo de língua” pode acabar sendo prejudicial.

“Não é à toa que a mononucleose infecciosa é conhecida como a doença do beijo”, lembra a estomatologista Maria Carméli Sampaio, consultora da ABO, que diz que o aumento da incidência da doença após o carnaval é notório nas clínicas de infectologia e nos consultórios odontológicos.

A doença do beijo é caracterizada por mal-estar, febre, dor de cabeça e de garganta, aumento de gânglios, ínguas no pescoço, inflamação leve e transitória do fígado (hepatite). Para evitar esses problemas, uma vida sem excessos é o melhor caminho.

Como se trata de um vírus, é importante que o indivíduo não tenha baixa resistência imunológica, alimente-se e durma bem, consuma complementos vitamínicos e outros.

Segundo a estomatologista, o mesmo vale para outras doenças que podem ser transmitidas pelo beijo, como tuberculose, hepatite e sífilis. Uma higienização oral frequente ajuda a evitar outros problemas, como a transmissão de cárie, que também se aproveita da troca de salivas.


Sexo oral e DSTs

Se o beijo pode ser uma via de transmissão de doenças, o sexo oral, pelos contatos mais íntimos entre os organismos envolvidos é uma via expressa, deixando o corpo à mercê de uma série de riscos.

O Cirurgião-Dentista é capacitado para diagnosticar doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) na cavidade bucal, prestando os primeiros esclarecimentos e encaminhando o paciente ao tratamento adequado.

Segundo Maria Carméli Sampaio, uma das DSTs de maior incidência após o carnaval é o condiloma acuminado, conhecido como crista de galo, lesão na esfera genital causada pelo Papilomavirus Humano (HPV).

“É importante que o sexo oral também seja praticado com camisinha, porque os riscos de contágio dessa doença são grandes”, aconselha.
Outras doenças que podem ser mais facilmente transmitidas por via oral são a gonorreia, caracterizada por vermelhão, ardência e prurido na mucosa, e a sífilis, ferida indolor no lábio ou língua.

Além dos cuidados antes, como selecionar bem o(a) parceiro(a); durante o ato, usando preservativo, é importante não descuidar depois.

A visita regular ao Cirurgião-Dentista pode ser decisiva por facilitar o diagnóstico precoce de diversas doenças relacionadas à cavidade bucal.

Drogas e saúde bucal

O abuso de álcool e outras drogas também se refletem na boca. A mucosa bucal é uma ótima via de aplicação de entorpecentes, pois muitos deles são colocados sob a língua.

“O mesmo vale para o álcool, que causa descamação mais intensa da mucosa. O risco de queimaduras é grande”, alerta a consultora da ABO. Para ela, o efeito solubilizante do álcool aumenta a permeabilidade das células da mucosa aos agentes carcinogênicos.

O consumo de outras drogas pode ser igualmente prejudicial. As inalantes (lança-perfume, éter, clorofórmio), bastante populares no carnaval, além de perda de consciência e morte por parada cardíaca ou respiratória, podem causar queimaduras na boca, sensibilidade dentinária e maior probabilidade de problema periodontal.

Outra grande campeã de público no carnaval é a cocaína, especialmente entre os jovens. Em pesquisa realizada pelo Hospital das Clínicas, em São Paulo, com pacientes adolescentes internos, a cocaína, que provoca sensação de dinamismo e potência, é a segunda droga mais consumida, perdendo apenas para a maconha.

“Além de todos os outros problemas mais conhecidos, o uso da cocaína pode causar erosão nos colos cervicais dos dentes, maior formação de cálculo, ressecamento da mucosa da cavidade bucal e maior incidência de descamação gengival”, especifica Maria Carméli.

Fonte: ABO

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

NOSSA HOMENAGEM A UM ÍCONE DA LITERATURA POTIGUAR: DEÍFILO GURGEL


A CONFRAM se associa às ínumeras e merecidíssimas homenagens prestadas a esse ícone tão querido e admirado por todos, e apresenta suas condolências à família enlutada.

UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES- UBE/RN - NOTA OFICIAL

A União Brasileira de Escritores – UBE/RN comunica o falecimento do Sócio Escritor Deífilo Gurgel, ocorrido no dia 06 de fevereiro nesta Capital, onde se encontrava hospitalizado, há alguns dias, face o agravamento do seu estado de saúde.

Pesquisador, poeta e folclorista, Deífilo estava em plena atividade, se preparando para lançar mais um livro –Romanceiro Potiguar - fruto de 10 anos de pesquisas em todos os rincões deste Rio Grande do Norte, revelando ao mundo a romanceira Dona Militana do município de São Gonçalo do Amarante/RN.

Ao tempo em que se solidariza com a família enlutada, em especial com sua esposa Zoraide, companheira por 60 anos, lamenta a perda bem como reitera a sua importância para a Cultura Potiguar.

Deífilo respondendo a ele próprio sobre a morte de Deífilo.....

"Garanto que o meu trabalho jamais desconhecerão, veja o caso de Kiko Santos meu irmão, os artistas lutaram para que o novo teatro de Mossoró tivesse o seu nome ai veja hoje o nome que tem..(ningúem sabe né???), morreu acabou, só fica a obra, os escritos, as pesquisas, o meu trabalho nem o tempo apagará".

Poeta na adolescência, somente aos quarenta anos, Deífilo "descobriu" o Folclore e a ele passou a dedicar-se integralmente. Como poeta, escreveu três livros que pretende reunir numa Antologia, com alguns poemas inéditos.


Na área do Folclore, publicou outros quatro livros, sobre danças, João Redondo, Boi Calemba e romanceiro, frutos de suas pesquisas de campo pelos caminhos do Rio Grande do Norte. Tem alguns trabalhos inéditos sobre romanceiro, conto popular e teatro de mamulengos. Nascido em Areia Branca/RN, no dia 22 de outubro de 1926, Deífilo residia em Natal desde 1944.

Considera-se um "provinciano incurável", como Luís da Câmara Cascudo. Em suas pesquisas, tem-se aprofundado nas nossas raízes históricas, o que resultou em descobertas inéditas, como as de 1985, quando coletou exemplos do romanceiro popular ainda não registrados por qualquer outro pesquisador brasileiro, merecendo menção o "Cavalo Moleque Fogoso", de Fabião das Queimadas.


Sobre Deífilo Gurgel, Iaperi Araújo poeta, membro da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, escreveu: "Eis o mérito do Prof. Deífilo Gurgel: buscou as fontes primárias. Palmilhou os caminhos do Rio Grande do Norte de máquina fotográfica e gravador a tiracolo, ouvindo gente, batendo em portas e sentando-se nos terreiros das casas humildes para ouvir contarem os fragmentos desbotados da tradição popular."

Qual a maior alegria na vida? - Sei nem lhe dizer. Sou muito frio, sem muitas expansões pra essas coisas: nem para alegria nem para tristeza. Quando meu pai faleceu, fui ao sepultamento em Mossoró. Os outros filhos choravam, mas eu não sentia vontade. Com minha mãe,também. Mas quando descobri Zoraide pela primeira vez, fiquei emocionado, admirando a beleza dela. As amigas diziam que era a mulher mais bonita da cidade. E eu, um provinciano que veio do oco do mundo, iria conquistar? Mas depois de muito assédio, conquistei a rainha.

E a maior decepção? - Sou um cara que me acomodo muito com os percalços da vida. Mas o meu primeiro emprego veio quando passei em primeiro lugar entre 120 candidatos no concurso público para cargo de datilógrafo no Ipase. O gerente, Jurandir Cerri, viu meu interesse no serviço e fui promovido. Quando Getúlio Vargas foi deposto, o gerente eleito foi Eurico Dutra. Ele esculhambou o Ipase, quando eu já era delegado lá, e me substituiu por um contínuo do partido político dele. Eu nunca tive partido na vida. Aí fiz uma representação direta para o presidente Alcides Carneiro, da Paraíba. A resposta foi dez dias de suspensão. Não contei conversa e pedi demissão depois de oito anos no Ipase. Depois fui ser caixa no Banespa, onde passei 17 anos (nesse período, Deífilo se forma em Direito, em 67). Mas lá também pedi pra sair.

Eu era meio doido nessa época. E me vi cinco meses desempregado, casado e com cinco filhos. (Texto: Autor Desconhecido).

- Quando eu trabalhava na Fundação José Augusto (FJA), fui encarregado pela diretora da época, a negociar com Deífilo a venda do seu rico acervo sobre folclore, sua biblioteca; conversei inúmeras vezes com ele, que nunca aceitava realizar essa venda.

Semanas depois eu fui procurado pelo mesmo que finalmente se decidiu a vender o seu mais importante bem: "O maior acervo sobre folclore do Brasil" - pedia apenas uma importância de R$ 31.500.00; depois de muita conversa a FJA ofereceu como preço, baseado em livros de sebo, a mísera importância de R$ 7.000.00 (sete mil reais) e a resposta dele foi curta e sábia:

- NÃO VENDO MAIS!!!

Rogério Dias