quinta-feira, 31 de maio de 2012

HOMENAGEM A JOAQUIM ÚRSULA





JOAQUIM  ÚRSULA: A PAIXÃO PELA BOA CONVERSA!

A turma de Odontologia de 1967 está triste e de luto: Faleceu o nosso querido colega Joaquim Úrsula! Da turma que fez vestibular em 64 ele era um dos mais atuantes e alegres. Fazia Odontologia, mas a sua alma estava na política, que era um grande risco naqueles tempos de turbulência.

Na disputa eleitoral do Diretório ele estava sempre presente, e participava também das festas nas manhãs de sábado, ouvindo Nara Leão, João Gilberto, Jobim e Vinícius. Era o auge da bossa nova!

Na festa de conclusão do curso lá estava ele de novo, cheio de alegria. Depois a vida separou a todos e Joaquim foi exercer a profissão em Goiás e Brasília, onde obteve grande êxito.

Já aposentado voltou a Natal. Era Senador da Confraria do Senado, no Natal Shopping, onde um grupo de amigos se reunia para dissecar a política do Rio Grande do Norte e do Brasil.

Nesse cenário Joaquim brilhava, já que fazer política era seu hobby principal...

Não há um remédio para a morte. Só a oração e a aceitação da vontade de Deus suaviza a dor. Lembro-me de uma poesia de Severina Maria do Nascimento Soares, professora do Instituto dos Cegos de Recife:
“Quando o inverno cair sobre tua vida,
Não desesperes;
Logo brilhará o sol.
Se o frio invadir o teu corpo,
Não te preocupes;
Logo virá o calor.
Quando as lágrimas banharem o teu rosto,
Espera;
Logo virá o sorriso.

Quando a tristeza dominar tua alma,
Não desanimes;
Logo virá a alegria;
Se em teu coração abrir a janela do ódio,
Fecha-a;
Abre a janela do amor,
Capaz de superar toda dificuldade.
Quando te sentires só,
Lembra-te:
Deus estará sempre contigo”.

JOAQUIM: Onde você estiver receba um abraço dos amigos e dos colegas da turma “Belém-Brasília”, que fez uma revolução na Odontologia do Rio Grande do Norte.

Givaldo Soares
(Colega de turma)

quarta-feira, 16 de maio de 2012

A APOSENTADORIA DO DIABO


 Depois de uma atuação efetiva durante vários milênios, o diabo resolveu se aposentar, mas sua solicitação causou uma grande surpresa no céu.

Deus reuniu seu Conselho Deliberativo para analisar um tão estranho pedido.                              
 O Conselho ficou perplexo, e desconfiou de um golpe baixo, então resolveu solicitar do demônio uma justificativa para o pedido.

Lúcifer foi rápido em sua resposta:
- Estou cansado, perdi a finalidade!  O Homem tomou o meu lugar e está fazendo um belo trabalho, e com muita eficiência.

Basta dar uma olhadela no mundo e podemos ver os exemplos:

- A violência generalizada;

- As guerras;

- A pedofilia;

- A máfia;

- O racismo;

- O tráfico de drogas, de pessoas e de órgãos;

- O canibalismo e, finalmente, a destruição do ambiente.

O homem é muito mais eficiente do que eu!!!

E o demônio fez um apelo dramático: 
- Por favor, aceite minha aposentadoria, já não aguento mais o calor no inferno. Sei que o homem é uma droga, mas reconheço que faz um bom trabalho.

O Conselho Deliberativo do céu aceitou a sua aposentadoria, e decretou que ele receberá o teto do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) do Brasil, mas o demônio protestou:                

- Ahhh, assim eu vou morrer de fome!!!

Givaldo Soares


segunda-feira, 14 de maio de 2012

A SECA DE 2012


Seca, fenômeno climático que aterroriza as populações interioranas há tempos imemoriais, vetoras de catástrofes, inimiga pungente da qualidade de vida, artifício vergonhoso de uma indústria mais que secular.

A história das secas no nordeste brasileiro é antiga. Inúmeros registros descreveram com linhas fortes a ação inexorável da natureza sobre o homem do semiárido, pois diversas trouxeram o signo de tragédias indescritíveis.

A calamidade que atingiu o nordeste brasileiro quando da grande e inesquecível seca de 1877-1879, a qual na definição de Rodolfo Teófilo caracterizou-se por ter sido um dos mais castigantes fenômenos de estiagem que atingiu a região nordestina, responsabilizou-se só no Ceará pela morte ou pela emigração de mais de 300 mil pessoas.

O ano de 2012 iniciou-se com uma incógnita: chuvas cairão para alento do heróico povo do semiárido? Poucos milímetros estão sendo registrados, mesmo assim impossíveis de garantir que a agricultura de subsistência abasteça com o excedente os centros urbanos, tendo em vista que o agrobusiness impera de forma avassaladora visando o mercado externo, com toda tecnologia de primeiro mundo que desdenha a necessidade da maioria da população que depende da química dos céus a fim de garantir o sucesso do plantio.

Seca lastimável, providências tétricas e patéticas que nem sempre cumprem papel democrático em assistir o imenso somatório de desafortunados que em um passado distante comoveram Jesuíno Brilhante, fazendo-o agir de forma Robinhoodiana nos sertões potiguares e paraibanos à base da força coercitiva dos seus bacamartes que ousaram com coragem a apontar bem no coração dos agentes a serviço da indústria das secas.

A calamidade que se agiganta, trazendo dia após dia agruras à população, provocadas com a seca de 2012, está sendo comparada ao que foi observado há 30 anos quando da indescritível estiagem que teve início em 1979 e adentrou de forma intolerável, desumana e horripilante até meados da década seguinte do século passado.

Dramático observar que a poesia de Patativa do Assaré, imortalizada pelo expoente maior da música regional nordestina, continua atualíssima. A fuga em direção a centros mais hospitaleiros do ponto de vista socioeconômico, de geração de emprego e renda, embora eivado de preconceitos, ainda continua a afligir mentes e corações daqueles que são por natureza apegados à terra, possuidores de relação telúrica extraordinária com o meio. 

Cotidianamente milhares de nordestinos desembarcam na porção mais rica da nação em busca de melhores condições de vida. Em inúmeros casos encontram condições de existência piores do que deixou em seu torrão natal. Subemprego e marginalidade passam a integrar de forma corriqueira as paisagens nas quais se inserem.

Triste constatar em nossas feiras que a lei da oferta e da procura rege as relações comerciais. O feijão, símbolo da agricultura familiar, alcança preços estratosféricos a cada dia que passa, frutos da indisponibilidade do produto em razão da ausência de chuvas.

Penoso é saber que a falta de critérios e de humanismo com a região nordeste em tempos de crises provocadas pelo drama climatérico ainda são constantes e tidos como naturais por aquela minoria que usurpou o poder e todas as benesses enquanto legados meticulosamente trabalhados desde a nossa formação socioeconômica.

* José Romero Araújo Cardoso, geógrafo, professor-adjunto do departamento de geografia do Campus Central da UERN.

sábado, 12 de maio de 2012



MÃE PARA SEMPRE!

Carlos Drummond de Andrade  
(31.10.1902/17.08.1987)

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e a chuva desaba;
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?

Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
- Mãe não morre nunca!
Mãe ficará sempre
junto de seu filho!
E ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

segunda-feira, 7 de maio de 2012



ZÉ  BRASIL  E  A  MATEMÁTICA!    -  II

Zé odeia a Matemática, porque ela mostra as nossas fragilidades.

Ele acredita piamente no governo e acha que o câmbio sobrevalorizado é o nosso problema.

Mas Zé, o buraco é mais embaixo. 

As nossas fragilidades vêm de uma série de fatores: 

A burocracia, a corrupção, a infraestrutura deficiente, a carga tributária, juros elevados e a guerra fiscal entre os Estados, tudo isto eleva o custo Brasil.

Veja o exemplo do custo da energia (R$ / MegaWatt- hora):

Brasil: 329,00 megawatt;  

Alemanha: 213,4 megawatt;  

Índia: 188,1 mega watt; 

China: 142,4 megawatt;   

EUA: 117,4 megawatt 

Rússia: 91,5 mega watt.
Givaldo Soares