quinta-feira, 26 de julho de 2012

DA SÉRIE GRANDES ENTREVISTAS: ZIZINHO






Há 62 anos, no dia 16 de Julho de 1950, o Brasil era derrotado pelo Uruguai. Para muitos o dia mais triste do nosso país.

O nosso time era sensacional, e com ele foi derrotado um dos maiores craques de todos os tempos. Seu nome Thomas Soares da Silva, “Zizinho”, ou mestre “Ziza”.

No time do Uruguai se destacavam: Obdúlio Varela, Juan Schiaffino e Máspoli. No Brasil: Zizinho, Ademir, Jair da Rosa Pinto, Danilo e Bauer. 200 mil pessoas assistiram a nossa derrota silenciosamente.

O “Jornal Espírita” usando um pouco de ficção e história foi entrevistar Zizinho no céu, para saber sua opinião sobre a Copa do Mundo de 1950.

1) Jornal Espírita: Onde você começou a jogar futebol? - Zizinho: Comecei muito jovem, em um pequeno clube em Niterói, chamado Byron.

2) J.E: E depois? - Zizinho: Como me destacava neste pequeno clube fui indicado para o Flamengo em 1939.

 3) J.E; Você jogou com Leônidas da Silva? - Zizinho: Quando cheguei no Flamengo, Leônidas estava no fim da carreira. No meu 1º treino eu o substituí e marquei 02 gols. Foi um bom início...

4) J.E: Quando você sentiu que seria uma grande estrela do futebol brasileiro? - Zizinho: Foi quando, jogando como titular, fui TRI campeão pelo Flamengo em 1942, 43 e 44. Ali senti que tinha um futuro no futebol!

5) J.E: A sua convocação para jogar na seleção em 1950 o surpreendeu? Zizinho: Não. Eu já era um nome consagrado.

6) J.E: E a Copa de 1950, por que perdemos? - Zizinho: (Fica triste como quem não quer falar, mas resolve responder).

7) J.E: Bigode foi o culpado? - Zizinho: Não! A culpa não pode recair nos ombros de um único jogador.

8) J.E: Onde falhamos? - Zizinho: Houve erros na preparação. Muitas explorações políticas e um exagerado favoritismo. Este foi o grande erro!

9) J.E: É verdade que um jornal carioca tinha uma edição previamente preparada, apresentando o Brasil como CAMPEÃO DO MUNDO? - Zizinho: Sim. Só depois tomamos conhecimento disso... O favoritismo era absoluto!

10 ) J.E: Na sua opinião o Brasil era superior ao Uruguai? - Zizinho: Sim. Nosso time era superior, mas o Uruguai não era um “pato morto”...

11) J.E: Quem você destacaria no time do Uruguai? - Zizinho: Ghiggia, Schiaffino, Obdúlio Varela e Máspoli, que era um grande goleiro..

12) J.E: È verdade que você ficou amigo de Obdúlio depois da Copa? - Zizinho: Sim. Fui várias vezes ao Uruguai e ele veio várias vezes ao Rio. Ficamos amigos.

13) J.E: O livro de Geneton Morais “Dossiê 50”, diz que você espiritualmente ou telepaticamente tinha contatos com Obdúlio. - Zizinho: Sim era verdade, Éramos espíritas.

14) J.E: Existia racismo no futebol brasileiro? - Zizinho: Sim, veladamente... A história do pó de arroz está aí para comprovar.

15) É fato que os 03 jogadores, Barbosa, Bigode e Juvenal, foram responsabilizados pela derrota por serem negros? - Zizinho: Não. Acho que foi apenas uma coincidência...

16) Ao encerrar a entrevista Zizinho fez questão  de repetir o time de 1950: Barbosa, Augusto, Juvenal, Bauer, Danilo, Bigode, Friaça, Zizinho, Ademir, Jair e Chico.

Agradecemos ao grande Mestre Ziza pela entrevista e o parabenizamos pela belíssima carreira. 

Ele, humildemente, como era de seu feitio, agradeceu a oportunidade.


sexta-feira, 6 de julho de 2012

CARTA ABERTA AO FUTURO PREFEITO DE LAGOA DOS GATOS




O paraibano José Américo de Almeida dizia que:

“Voltar é uma forma de renascer, e ninguém se perde no caminho da volta.”

Voltar à Lagoa dos Gatos é para mim uma profunda emoção! Deixei essa querida terra muito jovem, o mundo era muito tranquilo pelos idos de 1955, e volto já velho para mostrar aos meus filhos e netos minha querida terra.

Sempre que chego à Lagoa dos Gatos sou tomado de duas emoções antagônicas:

- Uma de alegria em rever o solo onde nasci e caminhei, onde convivi com meus pais, irmãos e amigos, muitos dos quais já desaparecidos. Alegria pela infância e a escola, comandada por Dona Malila e Carminha Barreto. No rádio de sua residência, no dia 16 de Junho de 1950, ouvi a derrota do Brasil para o Uruguai. Foi minha 1ª decepção com o futebol.

- A tristeza vem em função de um episódio comum em todo o Brasil, mas que não gostaria que ocorresse em Lagoa dos Gatos. Refiro-me à questão florestal, onde um grande e sistemático desmatamento fere a sensibilidade ecológica de qualquer um.

No passado, sentado na calçada da igreja, podia ver no topo da Serra do Porão, uma linda mata, onde meu pai Antônio Joaquim da Silva caçava paca, viado e porco do mato.

Olhar a serra hoje é uma profunda decepção - tudo foi destruído. Visitar o engenho Periperi é doloroso; o rio com o mesmo nome tem um fio d’água, causado pelo desmatamento.

Esta carta aberta tem uma finalidade de solicitar em meu nome, dos meus filhos e netos, um projeto e uma política de reflorestamento para o município, recuperando sua condição de produtor de frutas e verduras, para todo o sul de Pernambuco.

Para finalizar, reproduzo as preocupações nos preceitos ecológicos do Padre Cícero Romão Batista, escrito no seu decálogo, há mais de 100 anos.

1) Não derrube o mato nem mesmo um só pé de pau;

2) Não toque fogo no roçado nem na caatinga;

3) Não cace mais e deixe os bichos viverem;

4) Não crie o boi nem o bode soltos; faça cercados e deixe o pasto descansar para se refazer;

5) Não plante em serra acima nem faça roçado em ladeira muito em pé; deixe o mato protegendo a terra para que a água não arraste e não se perca a sua riqueza;

6) Faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar água da chuva;

7) Represe os riachos de cem em cem metros, ainda que seja com pedra solta;

8) Plante cada dia ao menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou outra planta qualquer, até que o sertão todo seja uma mata só;

9) Aprenda a tirar proveito das plantas da caatinga, como a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar a conviver com a seca;

10) Se o sertanejo obedecer a estes preceitos, a seca vai aos poucos se acabando, o gado melhorando e o povo terá o que comer. Mas se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão todo vai virar um deserto só.

Espero que o espírito do Rio+20 chegue à minha querida cidade Lagoa dos Gatos!!!

Givaldo Soares


terça-feira, 3 de julho de 2012

GRANDES ENTREVISTAS: SÓCRATES




ENTREVISTA  COM  SÓCRATES

SÓCRATES, o filosofo grego, foi um dos maiores homens da humanidade.

Ele viveu na Grécia, muito antes de Cristo. Sua luta era buscar a verdade.

Acusado injustamente, preferiu a morte a ferir a ética.

Suas frases são famosas ainda hoje:

- “Eu só sei que nada sei”.
- “Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância”.

O jornal “espírita” foi ao céu e fez com ele uma entrevista hipotética:

1) Jornal espírita: - O senhor está preocupado com a crise da Grécia?
  Sócrates: - Sim, estou preocupado! Não criamos a civilização e a democracia grega para passar por tamanha humilhação. Estamos de pires na mão...

2) J.E: - Onde a Grécia errou?
    Sócrates: - Quando trocou sua moeda tradicional, o Dragma, pelo EURO. O pobre não pode viver como o rico.

3) J.E: - Poderia explicar melhor?
    Sócrates: - Sim. Uma moeda forte em nação fraca, pouco produtiva e competitiva, cria falsas ilusões.

4) J.E: - A Alemanha acusa os gregos de serem pouco trabalhadores e gostarem do “Ócio Criativo”.
     Sócrates: - Filosofando, “Nem só de pão vive o homem”. É preciso cultura, filosofia e poesia, o trabalho cria riquezas, mas é um saco...

5) J.E: - A crise  grega tem saída?
     Sócrates: - A crise não é grega é Europeia, daí o problema...

6) J.E: - Por quê?
     Sócrates: - Houve uma gastança generalizada. Aposentadoria e salários altos e muito subsídios por parte do governo, e crédito fácil para a sociedade. Houve a formação de bolhas imobiliárias; um sistema financeiro sem regras, fez o resto!

7) J.E:  - Como resolver o problema? Faltam lideranças?
   Sócrates: - Sim, faltam... Basta comparar: No pós guerra, tínhamos: Churchill, De Gaulle, De Gasperi, Konrad Adenauer, e hoje temos: Berlusconi, Sarkozy e Zapateiro, da para comparar?

8) J.E: - Então fracassou a unidade Europeia?
    Sócrates: - Não, pelo contrário. A união Europeia é o maior projeto político de todos os tempos.

9) J.E: - Como poderia explicar?
     Sócrates: - Há 1.000 anos a Europa vivia em guerra. A Alemanha contra a Inglaterra e a França. A Itália não se entendia com os outros países, e existiam grandes divergências entre Holanda, Portugal e Espanha. A Europa foi palco ainda de 02 guerras mundiais, e criou o comunismo, o nazismo e o fascismo - tudo isso acabou...

10) J.E: - Então não existe crise?
      Sócrates: - Sim, existe! Mas não, guerra! A crise é econômica e bancária, daí a vitória.

11) O Jornal Espírita fez a última pergunta a Sócrates, mas ele não tem mais tempo para responder.   
    Pede licença, pois tem um compromisso com Jesus Cristo, Gandhi e Platão...

Givaldo Soares