segunda-feira, 29 de outubro de 2012

AINDA SOBRE O DIA DO DENTISTA




“A memória é o único paraíso do qual não podemos ser expulsos”
(Johann Richter)
Nós temos história:

A profissão odontológica perde-se na poeira do tempo... São citados achados empíricos em Odontologia no Egito, na Índia, na China, na Grécia e na América Central.

Todos eles com a finalidade de atenuar a dor, usando plantas medicinais e tenazes rudimentares para a extração de dentes.

São citadas também substituição de dentes com prótese simples e adornos para participação de festas e rituais religiosos; também limavam os dentes, alterando a sua anatomia.

A Odontologia moderna surge]iu na França com Ambroise Paré e Pierre Fauchard. 
Paré começou como barbeiro. Como se destacava na sua profissão, aos 37 anos foi aceito no Colégio de Cirurgiões de Paris, sendo um dos primeiros a estudar anatomia dos dentes e da face. 
Ele tinha preocupação com a dor, que combatia com água, vinho e vinagre.

Em 1728, Pierre Fauchard publicou o livro em dois volumes - Le chirurgien dentiste. Foi uma verdadeira revolução na Odontologia, ao ponto de Pierre Fauchard ser considerado o Pai da Odontologia Moderna.

Em 1834, surgiu em Nova Iorque a primeira sociedade de Cirurgiões Dentistas e, em 1839, foi publicado o primeiro periódico sobre a Odontologia: “Journal of Dental Science”.      

No dia 03 de Outubro de 1840 foi fundado nos Estados Unidos o primeiro estabelecimento de ensino da Odontologia: ”The Baltimore College Of Dental Surgery”.

Em 1844, o Dentista Horace Wells descobriu o princípio da anestesia, usando um gás que causava sensação de torpor - foi preso, morreu pobre e abandonado.

Em 1853, houve a descoberta da seringa hipodérmica.                                    

Em 1871, foi fabricada a primeira cadeira dentária em metal e com motor a pedal.

A Odontologia começou no Brasil, oficialmente, no dia 25 de Outubro de 1884. A iniciativa foi de Médico, diretor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Dr. Vicente Cândido Figueira Sabóia (Visconde de Sabóia). 

Ele solicitou ao Imperador do Brasil, Dom Pedro II, que, pelo Decreto Lei nº 9.311, autorizou as Faculdades de Medicina do Rio de Janeiro e da Bahia, a mudarem seus estatutos para criarem os cursos de Farmácia e Odontologia, Ginecologia e Obstetrícia, para funcionar como anexo dos Cursos de Medicina. Este acontecimento colocou a Odontologia em uma nova situação e num novo status.

A ODONTOLOGIA NO RIO GRANDE DO NORTE

A primeira notícia sobre a Odontologia do Rio Grande do Norte data de 27/06/1889, publicada no jornal Gazeta de Natal, por um “cirurgião” barbeiro prático, Elísio Leite, que oferecia seus trabalhos odontológicos à sociedade natalense, por preços especiais.

Oficialmente, a Odontologia do Rio Grande do Norte, começou com a chegada a Natal do Dr. Solon de Miranda Galvão, que concluiu seu curso de Odontologia no Rio de Janeiro, e Dr. Manoel Cavalcante Ferreira de Melo, que concluiu o seu na Bahia. Os dois, quase simultaneamente, começaram a clinicar em Natal, praticamente na mesma época, em 1910, sendo considerados os dois primeiros Dentistas a clinicarem em Natal.

Outro grande acontecimento foi a chegada a Natal do Dr. Francisco Xavier Ramalho, natural de São José do Egito/PE. Ele veio para trabalhar no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). Formado em Odontologia, ele liderou a fundação da Associação Odontológica do nosso Estado, hoje, Associação Brasileira de Odontologia, em 27/09/1930, com os seguintes colegas: João Varela, Augusto de Souza, José Carlos Leite, Sílvio de Souza, Orlando Ubirajara, José Péricles Leite, Átila Garcia, Clidenor Lago, José Gurgel, Nizário Gurgel e Osvaldo Ribeiro. Essa Associação foi criada em um prédio antigo, na rua Dr. Barata, na Ribeira.

Outro fato relevante foi a criação da Faculdade de Odontologia do Rio Grande do Norte, cujo idealizador foi o professor Luiz Correia Soares de Araújo, diretor do Grupo Escolar Frei Miguelinho - encontrou algumas resistências que depois foram superadas.

O Decreto Lei nº 682, do Interventor Federal Orestes da Rocha, criou a Faculdade de Farmácia e Odontologia, em 03/12/1947. Depois, foram criados: o Conselho Regional de Odontologia, iniciativa do Professor Clemente Galvão Neto, em 1967; o Sindicato dos Odontologistas do Rio Grande do Norte e a Academia Norte-Rio-Grandense de Odontologia, em 15 de Março de 1989.

Estes fatos históricos são relembrados para homenagear muitos colegas que, além de praticarem a profissão com Ética e Dignidade, também foram responsáveis pela criação das entidades de classe e Instituições de ensino que colocam a Odontologia do Rio Grande do Norte como uma das melhores do Brasil.

No Dia do Cirurgião Dentista não podemos esquecê-los: Francisco Xavier Ramalho, José Cavalcante de Melo, Odilon de Amorim Garcia, Clemente Galvão Neto, Pedro Lopes Cardoso Neto, Solon Galvão Filho, Fernando Rezende, Luís Vasconcelos Leite, Ricardo Calazans, Alberto Moreira Campos, Melquíedes de Sousa, Rosalvo Pinheiro Galvão e muitos outros igualmente importantes, mas, por falta de espaço não estão citados.  

Parabéns a todos eles e toda a Classe Odontológica!
Givaldo Soares
Cirurgião Dentista

domingo, 7 de outubro de 2012

Homenagem a Berilo Wanderley





JORNALISTA BERILO VANDERLEY   (*)

Uma matéria para ler, reler e guardar, “ícone fashion”, de Érica Nesi no Jornal de Hoje (de 26/09/12). É o bom jornalismo homenageando o intelectual Berilo Vanderley.

Ali está o jornalista de corpo inteiro numa Natal bucólica pequena e feliz.
Ler a entrevista é fazer uma viagem ao passado e voltar aos bancos escolares da “Universidade do Grande Ponto”, onde estudaram os jovens revolucionários de uma revolução que nunca chegou...

Berilo fala de tudo: dos livros preferidos, da literatura, da poesia, da família e do cinema, sua grande paixão.

Pela citação dos diretores, deveria ser apaixonado pela Nouvelle Vague francesa, de Alain Resnais, Hiroshina mon amour, de Michelangelo Antonioni, O homem da noite e do eclipse, filmes difíceis de entender. Cita também François Truffaut de Jules e Jim.

Esta matéria sobre Berilo Vanderley me fez relembrar o Grande Ponto na década de 60 e seu quadrilátero sentimental, composto pela: Boate Oasis, Cinema Rex, Confeitaria Cirne, Café São Luis, Cine Rio Grande e o melhor bar do Brasil “O Granada”, do espanhol Nemesio Morquecho e Marina que nos recebia com uma boa cerveja, um bom vinho e um fígado acebolado da melhor qualidade!

Desse território partia a tropa de choque da Casa do Estudante em direção à Ribeira, ao América, o Aero e ao ABC. Éramos os pobres mais alegres da cidade.

Não posso citar todos, mas quero lembrar alguns: Wellington Xavier, José Daniel Diniz e seu irmão Rômulo, Edmilson Fernandes, Joaquim Elói, Múcio Procópio, Júlio e Jaime Batista, José Dantas Vanderlei, Dagmar e Enéas Maia, Teônio e Adalberto Vieira, Clesito Cesar Fechine, João Carlos Neto, Abreu Júnior e seus irmãos, Alex e André, José Maria Aragão e Gino Morelli, centenas de outros estão espalhados pelo Brasil, exercendo a profissão de Médico, Engenheiro, Dentista, Economista entre outras. 

Modéstia à parte, a Casa do Estudante era um celeiro de talentos e deveria ser conhecida também como a Casa da Felicidade.

Parabenizo a colunista Érica Nesi pela matéria sobre o jornalista Berilo Vanderley, que me obrigou a fazer uma reflexão sobre Natal dos anos 60 e voltar à minha querida Casa do Estudante.

Natal, outubro de 2012      

Givaldo Soares
  
 (*) Francisco Berilo Pinheiro Wanderley nasceu em Natal em 21 de abril de 1934.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Eleitor vota na pessoa, não no partido!


(*) Partidos em baixa / Pesquisa Methodus aponta os atributos que mais são observados na hora de decidir o voto a prefeito.



Num país em que existem 30 partidos políticos em atividade e com vários outros esperando autorização para invadir o cenário eleitoral, é natural que a população fique confusa, sem saber exatamente qual o ideário de cada um deles. 

Esta é, provavelmente, a principal causa para, na hora de eleger um prefeito, 88% dos montenegrinos (*1) preferirem optar por um nome de candidato e não por uma sigla. 

O índice foi apontado por uma pesquisa realizada pelo Instituto Methodus no dia 14.05.12. Somente para 4,9% dos entrevistados, o que determina a opção é o partido. Para 6,3%, valem ambas as condições e 0,9% disseram que não sabem.

A sondagem é fruto de uma parceria do Methodus com a Associação dos Diários do Interior (ADI-RS), entidade à qual o Jornal Ibiá é filiado, e foi registrada na Justiça Eleitoral sob o número RS-00019/2012. Os entrevistadores ouviram 350 pessoas e os resultados possuem uma margem de erro de 5,3% para mais ou para menos, num intervalo de confiança de 95%.

A falta de cultura política do eleitor, que também contribui para a opção por nomes e não por ideologias, fica clara em outro item da pesquisa. 
Os entrevistados foram convidados a dizer se são de “esquerda” ou de “direita”. Mais da metade, 54,3%, não souberam responder. 24,9% se disseram de “centro”, 9,1% de “direita”, 8,6% de “esquerda”, 1,7% de “centro-esquerda” e 1,4% de “centro-direita”.

Direita e esquerda: as origens históricas 

De acordo com os historiadores, tudo começou na França do final do século XVIII. Seu sistema político era composto por três grupos, os chamados Estados Gerais: o clero, a nobreza e o terceiro estado, formado pelo “resto” da população (banqueiros, comerciantes, médicos, artesãos). 

O terceiro estado era o único que tinha a obrigação de pagar os impostos, além de terem inúmeras limitações, como não ocupar cargos públicos, por exemplo. 
Foi assim, em razão da adoção de um modelo político injusto e dos privilégios dados a uma pequena parte da população, que se iniciou a Revolução Francesa. 

O que originou os termos Direita e Esquerda foi o fato de os membros do terceiro estado sentarem à esquerda do rei, enquanto que os do clero e da nobreza sentavam à direita. Assim, Direita passou a ser considerado um grupo conservador e Esquerda a oposição. 

De forma generalizada e superficial, os conservadores dão ênfase ao liberalismo econômico e à eficiência da economia, enquanto os esquerdistas têm seu foco nos valores da igualdade e da solidariedade. 

Porém, o fato de ser da Direita ou da Esquerda é algo relativo e não permanente, uma vez que um partido, por exemplo, pode estar de um lado em um momento e de outro em outra instância, agindo conforme um jogo de interesses. Por isso, muitos consideram estas definições simplificadoras e enganosas, uma vez que os valores de cada grupo podem se tornar bastante contraditórios.

Como você escolherá o seu candidato? 

Michael Renato Roveda, 17 anos, estudante: “Essa vai ser a primeira vez que voto. Mas já sei quem escolher e vai ser pelo candidato mesmo, por já conhecer e saber que ele já fez muita coisa pela comunidade, independente do partido político que ele representa.”

Gilvan Luiz Rodrigues, 30 anos, operador: “Escolho pela proposta, pela coerência. Não adianta prometerem coisas que a gente sabe que não vão cumprir. Mas não adianta não prometer e ficar na espera de votos, porque esses sim são os que não fazem nada.”

Karin Vargas, 32 anos, dona de casa: “Eu sempre procuro saber qual a proposta que os candidatos estão apresentando. Mas o que levo em conta mesmo é a pessoa, o envolvimento dela com a comunidade e se já tem uma história política de coisas positivas para ajudar o povo.”

Cristiana dos Santos, 36 anos, empregada doméstica: “Escolho meu candidato pela pessoa, pela confiança que me passa, indiferente do partido em que esteja na época da eleição. Mas, sinceramente, eu só voto por obrigação, pois, se não precisasse, nem votaria.”

Líderes partidários não estão surpresos 

Para o presidente do PDT, Antônio Edison Padilha, os números retratam a realidade. Porém, ele não acredita que representem um enfraquecimento dos partidos. Padilha lembra que, historicamente, a política é marcada por personalidades que se colocam acima das siglas, por sua popularidade. 

“Em âmbito municipal, as pessoas se conhecem e valorizam mais a figura do candidato, pois acompanham a sua história, do que o partido a que pertence”, constata.

Padilha destaca outros aspectos: o amadorismo de muitos diretórios e a base familiar dos candidatos. “A maioria dos partidos não possui estruturas no interior. É diferente das grandes cidades, onde têm arrecadação. Aqui tudo é feito na paixão, até porque não tem dinheiro para remunerar”, observa. 
Além disso, o fato de alguns aspirantes virem de famílias numerosas e bem relacionadas contribui muito nas cidades pequenas, segundo o dirigente pedetista.

O presidente do PP, Agenor Rigon, acrescenta outro elemento à mistura que coloca as pessoas acima dos partidos: a perda da identidade. “Hoje, em nível federal, a maioria está com a presidente Dilma. Isso confunde o eleitor, que perde a noção de quem é quem”, opina. 
Rigon acredita que a militância tradicional, que vota sempre na mesma sigla, tende a acabar. “Temos partidos demais. O certo seria reunir aqueles que defendem os mesmos pontos e reduzir a quantidade”, sugere, acreditando que isso permitiria ao eleitor fazer escolhas mais ideológicas.

Para o vice-presidente do PT, Marcelo Azevedo, o resultado também não surpreende.                “É indiscutível que, no sistema brasileiro, os segmentos da política partidária não podem prescindir de figuras públicas notórias para viabilizar a aceitação de seus programas. Cito o próprio exemplo do ex-presidente Lula”, relata. 

Ele reforça que, historicamente, a opinião pública sempre se baseou na ideia de que os indivíduos é que criam os espaços institucionais e não as agremiações partidárias. “Mas o fato é que os governos representam programas distintos para a sociedade e esses, por sua vez, têm origem nos partidos ou coligações que os colocam em execução”, conclui.

Propaganda eleitoral 

A boa notícia é que essa aparente alienação deve ceder espaço à busca de informações para o exercício de um voto mais consciente. A própria campanha eleitoral precipita as discussões em torno da política. 

Na mesma pesquisa, 72,9% dos entrevistados disseram que pretendem se atualizar sobre a trajetória, os projetos e as propostas dos candidatos. 58,9% garantem que costumam acompanhar a propaganda eleitoral gratuita de rádio e televisão.

Quando a pergunta é onde o eleitor vai buscar informações para subsidiar sua escolha, as fontes preferenciais são amigos e parentes (31,7%), o horário eleitoral gratuito (27,1%), jornais (21,1%), internet (14,9%) e os debates (11,4%).

Projetos pesam mais na hora da escolha   

Políticos que investem na elaboração de bons programas de governo têm mais chances de conquistar os eleitores montenegrinos. Esta é outra constatação da pesquisa realizada pelo Instituto Methodus. Este item recebeu 50,3% das indicações quando os entrevistados foram questionados sobre o que é mais importante na hora de escolher um candidato a prefeito. 
A segunda condição mais citada foi o histórico do pretendente, com 48,6%, seguida de experiência, com 28,3%. O carisma e o partido a que o aspirante a prefeito está filiado obtiveram apenas 11,4% das citações.

O resultado da sondagem vai ao encontro daquilo que a própria Justiça Eleitoral defende: Que as pessoas interessadas em governar a cidade estejam realmente dispostas a fazer o melhor pelas comunidades. 
Tanto que, na legislação referente ao pleito de outubro deste ano, incluiu a obrigatoriedade da entrega dos planos de governo, digitalizados, junto com o requerimento de registro da candidatura majoritária. O prazo encerrou em 05 de julho e estes documentos ficarão à disposição da sociedade para consulta, no site do Tribunal Superior Eleitoral, durante a campanha.

Fonte: (*) Márcio Reinheimer | 22/06/2012 
http://www.jornalibia.com.br - Montenegro/RS (*1)