quinta-feira, 22 de outubro de 2015

IMPERDÍVEL PALESTRA

PROGRAMA:  Café  ConSciência  
PALESTRA: Dr. Givaldo  Soares, CD
100 ANOS DE HISTÓRIA DA ODONTOLOGIA DO RN: 1889/1989
Data: 31.10.15 - Sábado - 16 horas
Local:  Livraria Saraiva  -  Shopping Midway Mall
Coordenação:  Prof.  Gustavo  Emiliano (UFRN/UERN)
OBS.: Após a Palestra haverá o Bom Papo  
na  mesa  de  café.

COMO TUDO COMEÇOU...
1889 - 1º Anúncio na Imprensa: 
Jornal Gazeta de Natal

1901 - Os Pioneiros
Manuel Cavalcante de Melo e outros

1910 - Solon de Miranda Galvão / Clidenor Lago

1912 - Francisco Ramalho

1930 - Associação Odontológica do RN 
(Depois ABO/RN)

1947 - Faculdade de Odontologia da UFRN

 1967 - Conselho Regional de Odontologia do RN 

 1977 - Sindicato dos Odontologistas do Estado do RN (SOERN)

 1989 - Academia Norte-Rio-Grandense de Odontologia.

Estão todos convidados, 
seja Cirurgião Dentista ou não!


Serão muito bem-vindos!

terça-feira, 22 de setembro de 2015

LIVRO SOBRE LAGOA DOS GATOS/PE


LAGOA DOS GATOS ETERNA

José Américo de Almeida é o meu frasista preferido. Sua fraseVoltar é uma forma de renascer. Ninguém se perde no caminho de volta, é minha escolha maior.

Pude vivenciá-la quando voltei à minha querida terra, Lagoa dos Gatos, no dia 03 de setembro de 2015.


Estava ausente há muitos anos e me emocionei! A cidade está bem cuidada. Faz uma revolução cultural. Agora temos dois heróis: os professores de História Maria Elizabeth S. Luna e José Fernando de Moura. Eles são os autores do livro: LAGOA DOS GATOS, NOSSA TERRA, NOSSA GENTE, NOSSA HISTÓRIA.

Maria Elizabeth é natural do Rio de Janeiro e foi adotada por Lagoa dos Gatos, a terra de sua mãe, carinhosamente conhecida como Dizinha. Elizabeth é Advogada e foi Procuradora do município de Lagoa dos Gatos.

Já o professor Fernando de A. Moura é prata da casa e tem, apenas, 33 anos. É um rapaz de origem humilde, de grande valor. Fez seus estudos secundários na própria cidade e pós-graduação em História do Brasil, na Universidade Federal de Pernambuco.

Não são apenas professores de História, são fazedores de História. Principalmente a de Lagoa dos Gatos.

A História do livro: Lagoa dos Gatos, Nossa Terra, Nossa Gente, Nossa História, foi realizada após uma pesquisa que durou quatro anos, onde o acervo fotográfico, pertencente às famílias da cidade, foi reproduzido e escaneado, formando a base do livro e do Centro Cultural Manoel Soares de Assunção - hoje, umas das atrações principais da cidade, por feliz iniciativa da Prefeita Verônica Pereira.

Outro setor que chama a atenção é a qualidade do ensino nos dois colégios da cidade. E a Secretaria de Turismo, dirigida por um jovem Lagoagatense, Adeilson Soares, faz um trabalho inovador, procurando colocar a cidade no mapa turístico de Pernambuco.

Existe no município uma reserva ecológica que está chamando a atenção de todos. Nela existe uma espécie de pássaro que está em extinção em todo o mundo. Uma ONG e uma universidade Inglesa enviaram alguns cientistas para conhecer a reserva e ajudar a conservar as espécies em extinção.

Ler o livro dos professores Maria Elizabeth e José Fernando de Moura, é dar um mergulho no passado e reconhecer que, em boa hora, surge uma obra profunda que, abordando os aspectos políticos, religioso, educacional e sociocultural, dá a verdadeira dimensão de nossa cidade, enriquece a nossa história e complementa o solitário livro do grande intelectual João Calado, escrito na década de 50.

Em nome da Colônia Lagoagatense do Rio Grande do Norte, dou parabéns aos autores.

Givaldo Soares


sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A CASA DO ESTUDANTE - NATAL / RN

A CASA DA FELICIDADE
A Casa do Estudante é inesquecível! Pode ser também denominada “A casa da felicidade”.
Aquele antigo nosocômio, depois, quartel da polícia que participou da Revolução de 1935, foi transformado na Casa do Estudante, onde os rapazes do interior vinham em busca de abrigo e conhecimentos. Eram pobres e alegres, pareciam os pobres de Paris...
Casa do Estudante metralhada na Revolução 
Casa do estudante atualmente
A solidariedade entre eles era imensa!  Agrupavam-se de acordo com as regiões de onde eram originários.
Tinha grupo da região do Seridó, do Oeste, do Agreste e do sertão mais profundo do Rio Grande do Norte.
Mas a Casa também era aberta aos forasteiros de outros Estados, como eu Givaldo Soares, Teônio Vieira Pinto, Adalberto Jorge, José Braulino, representantes de Lagoa dos Gatos/PE, na Instituição. Tinha também os representantes da Paraíba, entre os quais os irmãos evangelistas, com nomes de apóstolos, mas destemidos e valentes.
Sem a Casa, talvez não teríamos sobrevivido com dignidade nesta cidade.
Existiam lá os mais variados tipos humanos. Era uma babel: Os malandros, os gozadores e os estudiosos, “os Caxias”, como eram conhecidos.
Dentro da Casa poderiam existir divergências, e até algumas brigas, mas, fora dela a unidade e a solidariedade eram totais.
Sem dúvida, existia uma elite que frequentava o ABC, o América e os melhores clubes de Natal. E os mais simples frequentavam a Ribeira, o Andaluzia e, no máximo, o Alecrim Clube.
Neste universo humano, a Casa permitiu a ascensão social e a formatura de Médicos, Dentistas, Bacharéis em Direito, Engenheiros, Assistentes Sociais, Economistas etc..
Não podemos esquecer a parte esportiva, onde se destacava o voleibol e o futebol, com partidas memoráveis.
Mas o dia maior da Casa do Estudante era o resultado do vestibular, onde dezenas de colegas eram aprovados e a comemoração era intensa, inclusive na Ribeira, onde “as primas” vibravam.
Escolhi 20 amigos da Casa do Estudante para citar em homenagem aos mais de 500, com os quais convivi lá:
Wellington Xavier, Inácio Cassimiro, João Carlos Neto, Clesito Cesar Fechine, José Maria Aragão, Múcio Procópio, Gino Morelli, José Daniel Diniz, Canindé Queiroz, Anastácio Jó, Edmilson Fernandes, Antônio Figueira, Júlio Batista, Jaime Batista, Hélio Silveira, Abreu Júnior, Jório Marques, Teônio Vieira Pinto, Adalberto Jorge, José Geraldo da Fonseca e Otávio Pereira de Mello, Dagmar Maia, Enéas Maia, Joaquim Elói.
Múcio, Givaldo, José Maria, Morelli.
Ao relembrar a Casa do Estudante, me veio à mente o poema de Manoel Bandeira:
A ÚLTIMA CANÇÃO DO BECO
Vão demolir esta casa.
Mas o meu quarto vai ficar,
Não como forma imperfeita
Neste mundo de aparências.
Vai ficar na eternidade,
Com seus livros, seus quadros,
Intactos, suspensos no ar!

Givaldo  Soares

quinta-feira, 18 de junho de 2015

JORNAL PERNAMBUCANO EM MOSCOU

O PRAVDA DE LAGOA DOS GATOS EM MOSCOU

O Dr. Ivan Lira de Carvalho é paraibano da cidade de Cuité. Muito cedo se transferiu para o Rio Grande do Norte.

Foi Advogado, Promotor de Justiça e Juiz de Direito. Hoje, é Juiz Federal e professor do curso de Mestrado em Direito, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

O Doutor Ivan Lira gosta muito de viajar. Conhece quase todo o mundo. Em sua última viagem a Moscou, foi responsável por uma missão especial, solicitado pelo seu conterrâneo e poeta Marivaldo dos Santos.

Ele levou o jornal Pravda, de Lagoa dos Gatos, para circular em Moscou, colocando o jornal em uma estação de metrô daquela belíssima cidade.

A história completa está contada no seu magnífico livro “DE LONDE E DE PERTO”, na  página 100, cujo título é “O PRAVDA DE LAGOA DOS GATOS CIRCULOU EM MOSCOU”.

Agradeço, em nome da colônia Lagoagatense de Natal, ao Doutor Ivan Lira de Carvalho que, mesmo correndo o risco de ser surpreendido pela KGB, levou o PRAVDA de nossa cidade à Moscou.



Agradeço ainda ao Dr. Noel Pinheiro Bastos, pernambucano de Caruaru que, com sua generosidade me presenteou os livros De Longe e de Perto e Brasil Tricampeão, de Waldson Pinheiro, uma figura humana inesquecível.

Obrigado!

Givaldo Soares

terça-feira, 28 de abril de 2015

HOMENAGEM A GILDO


DEZ ANOS SEM GILDO - UM CEGO DE VISÃO

Uma cidade pequena no interior de Pernambuco. Seu nome: Lagoa dos Gatos.

Na década de 20, uma jovem se apaixonou por um rapaz. Ela era de prendas domésticas, e ele, iniciante na profissão de barbeiro.

 Antônio Joaquim da Silva e Guilhermina Soares da Silva era o nome do casal.

Do casamento nasceram cinco filhos, na seguinte ordem: Maria do Carmo, Gildo, Neusa, Givaldo e Vilma Soares da Silva.
A Família reunida
Antônio Joaquim da Silva, chefe da família, era um homem muito honesto e trabalhador e tinha um grande mérito: sabia fazer amigos e era muito bem humorado.

Sua esposa, Guilhermina Soares da Silva, era tímida e reservada. Mas tinha uma grande virtude: o amor à família com dedicação total à cultura e à educação. Assim ela orientou seus filhos à leitura e aos estudos.

Em 28 de fevereiro de 1930, um acontecimento abalou a família: Nasceu com auxílio de uma parteira, como era comum naquela época, o segundo filho de         Dª Guilhermina, Gildo Soares da Silva, com uma deficiência visual diagnosticada como glaucoma congênito, que consiste no aumento da pressão intraocular, atingindo o nervo ótico, provocando a cegueira.

A doença se agravou e ele foi levado ao Recife, para uma consulta com o Oftalmologista. O diagnóstico não deixou dúvida, nem esperança. Aos sete anos estava totalmente cego.

Apesar do desespero, aconteceu um milagre. Gildo aceitou com altruísmo e grande dignidade a condição de deficiente visual. Nunca reclamou desta situação e já na adolescência começou a fazer pequenos trabalhos. Fazia carros de brinquedos para seu irmão mais novo, empalhava cadeira e fazia gaiolas. Assim ele ficou aproximadamente até os 26 anos, quando um acontecimento mudou sua vida.

No livro didático do primário, pertencente ao seu irmão Givaldo Soares, o Professor Renato Sêneca Fleury, de Ribeirão Preto, escreveu um texto sobre os cegos, o qual demonstrava que, através do sistema Braile, era possível o deficiente visual ler, escrever, se educar e, por meio do trabalho, se realizar como cidadão.

No final da lição o citado Professor teve o cuidado de mostrar graficamente como funcionavam os seis pontos do sistema Braile e colocou, ainda, o endereço dos Institutos dos Cegos do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.

Esta lição mudou a vida de Gildo. Esta é a grandeza da educação e da leitura.

Sua mãe leu o texto para Gildo, que resolveu reproduzir o alfabeto Braile, usando sementes de paquevira. Foi pregando em uma tábua, reproduzindo todo o alfabeto em alto relevo para ser usado pelo seu próprio tato. Assim, ele fez seu próprio alfabeto em Braile visando se auto alfabetizar.   E o milagre aconteceu!

Dona Guilhermina, sua mãe, escreveu para os institutos dos cegos do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, para obter mais informações sobre o sistema Braile e a educação dos cegos.

Recebeu do Instituto dos Cegos de Minas Gerais, além das informações solicitadas, livros, cadernos, tabuadas e regrete.

Doutor Jorge, diretor do Instituto de Belo Horizonte à época, sendo um homem ligado à educação dos deficientes visuais, forneceu endereço do Instituto dos Cegos do Recife e aconselhou a mãe a levar Gildo para iniciar sua educação especial.

Gildo chegou ao Recife em 1957, aos 27 anos. Era autodidata e já dominava a matemática, português, geografia e história.

Quando o Sr. Zacarias, diretor do Instituto dos Cegos de Recife, perguntou se Gildo sabia ler e escrever, minha mãe disse que além de ler e escrever em Braile, sabia também matemática e português, o que causou uma grande admiração ao diretor. O referido diretor aconselhou Gildo a fazer o exame de admissão. Além deste, fez também tiflologia e datilografia.
Gildo com os colegas do Instituto
 
Gildo ficou em Recife sozinho e sua mãe voltou para Lagoa dos Gatos.

Foi um momento dramático, os dois sofreram muito. Era um rompimento de uma convivência diária de mais de 27 anos. Mesmo assim, Gildo não se deixou abater.

Estudava com afinco, foi aprovado no exame de Admissão e no colégio Padre Félix, fez o básico e o clássico e depois o vestibular para cursar Serviço Social, na Universidade Católica.

Um fato relevante na vida de Gildo: Como era muito perfeccionista, ao terminar o curso secundário, não se sentiu preparado para enfrentar o exame vestibular.

Seu irmão Givaldo, em uma viagem ao Recife, tomou conhecimento de sua decisão, e convenceu Gildo a fazer o vestibular, como um treinamento para ganhar experiência. Foram juntos à Faculdade de Direito e Serviço Social, em busca dos programas para o vestibular. Faltavam apenas quatro meses para o exame.

Gildo fez opção pela carreira de Serviço Social e foi aprovado em 4º lugar. Concluiu seu curso em 1980.

Foi contratado pela Secretaria de Educação, como Assistente Social e foi o primeiro Cego em Pernambuco a exercer o referido cargo. Sua missão na Secretaria de Educação era nobre. Preparar e treinar os cegos para o aproveitamento no mercado de trabalho.

Além desta grande vitória, foi professor de música teórica do Instituto dos Cegos de Pernambuco. Profundo conhecedor do método Braile, foi reconhecido pela Sociedade Brasileira de Deficientes Visuais, que lhe concedeu uma medalha como “Brailista” do ano, reconhecendo seu notório saber neste método e seu esforço para difundi-lo no Nordeste e Norte do Brasil.

Gildo escreveu dois livros: “Sorobã para todos” e “Abrindo janelas”. O primeiro aborda assuntos relativos à Matemática e Aritmética, e o segundo, a sua visão da vida.


Gildo com o filho, Gabriel
Uma grande vitória de Gildo foi seu encontro com Severina Maria do Nascimento Soares, que depois de um grande amor, tornou-se sua esposa e companheira. Da união nasceu o anjo Gabriel, seu único filho. Severina era também professora de Braile e uma permanente incentivadora do seu marido.
 
Gabriel, Gildo e Severina
Gildo era um Cego de grande visão. Era, ao mesmo tempo, um educador, um cidadão e um filósofo. Ouvia mais do que falava.

Seu pai Antônio Joaquim da Silva foi quem melhor o definiu. Usava apenas uma palavra. Quando alguém o elogiava pela sua inteligência, pelo amor ao trabalho e pelo conhecimento do método Braile, seu pai afirmava: “Gildo é um homem”.

Givaldo Soares



terça-feira, 3 de março de 2015



GRILO REABILITADO

Givaldo, Grilo e Adauto Medeiros

Não é fácil reabilitar um grilo! Não é tarefa comum!

Trata-se de um grilo boêmio, artista e intelectual. Figura humana de grande sensibilidade.

Com seu chapéu gigantesco, tamanho do seu coração, ele é apaixonado pela música popular brasileira e italiana.

Ele é frequentador da Sarauterapia, programa cultural do Conselho Regional de Odontologia, comandado pelo Dr. Rubens Azevedo.

No Sarau, Grilo está em casa: Declama, canta e encanta!

Trabalho na Odontologia há 47 anos e foi a primeira vez que reabilitei um grilo!

Fazê-lo sorrir foi emocionante!

Givaldo Soares